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Tensão cresce em Israel após reabertura da Esplanada de Mesquitas aos judeus

País aprova pena de 20 anos de prisão para pessoas que lançarem pedras

Internacional|Do R7

O governo de Israel aprovou neste domingo (2) um endurecimento de penas para pessoas que lançarem pedras, que agora podem ser punidas com até 20 anos de prisão. A decisão foi tomada no meio de uma escalada da tensão em Jerusalém, impulsionada pelas visitas de radicais judeus à Esplanada das Mesquitas. 

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, analisou hoje na reunião semanal do Conselho de Ministros os recentes distúrbios em Jerusalém, e destacou que o país está tomando ações vigorosas contra terroristas e lançadores de pedras, bombas incendiárias, rojões ou fogos de artifício.

"Tudo isso tem como objetivo restabelecer a calma e a segurança em toda Jerusalém. Ordenei um reforço em massa e que sejam empregados meios adicionais a fim de garantir a lei e a ordem na capital de Israel", disse o primeiro-ministro.

"Radicais islâmicos estão divulgando a falsa informação de que estamos tentando danificar a Mesquita de Al Aqsa e empregar a violência para impedir os judeus de irem ao Monte do Templo (ou Esplanada das Mesquitas). Não permitiremos que isso ocorra. Estamos comprometidos em manter o status quo", acrescentou.


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O primeiro-ministro pediu ontem que os deputados israelenses também trabalhem para reduzir a tensão nos arredores da Esplanada das Mesquitas. 

A Esplanada das Mesquitas de Jerusalém foi reaberta neste domingo aos visitantes judeus, pela primeira vez em quatro dias, o que elevou mais uma vez a tensão em um local onde qualquer provocação pode reacender o conflito no Oriente Médio.


A polícia israelense, que na última sexta-feira limitou o acesso apenas aos muçulmanos, autorizou na manhã de hoje o retorno dos judeus — que chamam o local sagrado de Monte do Tempo.

E os políticos ultranacionalistas de Israel não esperaram um minuto sequer. O primeiro a chegar foi o deputado e membro da ala dura do partido conservador Likud, Moshe Feiglin, fotografado junto à Mesquita de al Aqsa, a terceira na hierarquia do Islã, informou a rádio pública de Israel.

Rodeado de seguranças, Feiglin prometeu que a atual situação mudará, em uma visita interpretada como um desafio e uma mostra de força para reivindicar a soberania israelense. "Mudaremos esta realidade com a ajuda de Deus", afirmou o deputado.

Um dia depois da tentativa de homicídio contra o rabino Yehuda Glick, ocorrido na última quarta-feira, o parlamentar tinha solicitado que fosse realizada uma grande oração no local para pedir pela recuperação do líder religioso.

Em virtude do 'status quo' na Esplanada das Mesquitas, os judeus podem apenas visitá-la. Orações não são permitidas, mas eles costumam rezar em voz baixa protegidos por seguranças, disse à Agência Efe um dos visitantes.

Após realizar ontem uma vigília pela saúde de Glick em uma praça do centro de Jerusalém, Feiglin, um dos principais rivais do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu dentro do Likud, foi insultado por muçulmanos.

"Quem grita dessa maneira não deve se surpreender que um dos seus se transforme em assassino", afirmou o deputado, fazendo menção à suspeita da polícia de que um palestino seria o autor do ataque contra Glick.

"O fato de que haja a necessidade de escolta (para os judeus) enquanto os árabes caminham por aqui livremente, sem nenhum temor, deixa latente quem se sente aqui um visitante e quem é dono do lugar", criticou.

Pelo menos cinco ativistas judeus ultranacionalistas foram detidos pela polícia israelense por violações da ordem pública durante a visita de hoje. Outros 17 foram presos pelo mesmo motivo na sexta e no sábado. 

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