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Ucrânia elege magnata visando pacificar leste pró-Rússia

"A primeira coisa que precisamos fazer é trazer a paz a Ucrânia", disse Poroshenko

Internacional|

O oligarca Poroshenko obteve entre 55,7% e 57,3% dos votos
O oligarca Poroshenko obteve entre 55,7% e 57,3% dos votos O oligarca Poroshenko obteve entre 55,7% e 57,3% dos votos

O oligarca Petro Poroshenko, que segundo as pesquisas de boca de urna venceu neste domingo (25) as eleições presidenciais na Ucrânia, é a aposta dos ucranianos para pacificar e refrear o separatismo no leste pró-Rússia.

— A Ucrânia está no meio de uma guerra. Para implantar a paz no sul da Ucrânia é preciso negociar com todas as partes, incluindo a Rússia. Claro, haverá encontro com [o presidente russo, Vladimir] Putin.

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Um dos segredos da vitória de Poroshenko, que já participou ativamente na Revolução Laranja de 2004, foi sua decisão de financiar os protestos do Euromaidán que levaram à queda, em fevereiro, do presidente Viktor Yanukovich.

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Tanto os Estados Unidos como a União Europeia haviam insistido a importância de que Ucrânia tivesse o mais rápido possível um presidente legítimo, se possível em um único turno eleitoral, para enfrentar a ameaça russa.

De fato, a vitória não deixou dúvidas, já que, segundo as pesquisas, o oligarca obteve entre 55,7% e 57,3% dos votos, enquanto sua grande rival, a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, obteve decepcionantes 12,9%, segundo as pesquisas.

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Tymoshenko aceitou a derrota a contragosto, descrevendo as eleições como "justas e democráticas", enquanto insistiu na necessidade de convocar um referendo sobre o ingresso na Otan para defender a Ucrânia de um ataque exterior.

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Poroshenko, que prometeu durante a campanha normalizar as relações com a Rússia em um prazo de três meses, disse no fechamento dos colégios que uma de suas prioridades será "acabar com a guerra e o caos" nas regiões insurgentes de Donetsk e Lugansk.

— A primeira coisa que precisamos fazer é trazer a paz a todos os cidadãos da Ucrânia. O povo armado deve abandonar as ruas de povoados e cidades. Há tentativas de transformar Donbass na Somália, mas agiremos com providência e eficácia.

Para isso, sua primeira viagem como chefe do Estado será a essa bacia carvoeira conhecida como Donbass e que os separatistas pró-Moscou chamaram Novorossia (Nova Rússia), à espera que o Kremlin reconheça sua independência.

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Ao mesmo tempo, Poroshenko assegurou que não reconhece a anexação russa da Crimeia, que "foi, é e será território ucraniano", e manifestou também sua oposição à federalização, como exigem o leste de fala russa e o Kremlin, já que, assegurou, Ucrânia deve ser "um Estado unitário".

Em mensagem aos navegantes, sua primeira visita ao exterior será à Polônia, por ocasião das celebrações do 25º aniversário da libertação do jugo soviético, ou a Bruxelas para assinar o ansiado Acordo de Associação com a União Europeia, antessala de entrada. Além disso, se houvesse dúvidas entre os inquilinos do Maidán, a "vila" que ocupa o coração de Kiev há seis meses, Poroshenko prometeu uma luta implacável contra a corrupção e eleições parlamentares antes de finais de ano.

Enquanto Poroshenko comemorava vitória, o ministro do Interior da Ucrânia, Arsén Avakov, anunciou hoje que as forças governamentais continuarão a ofensiva contra os insurgentes. "As eleições concluíram. Não conseguiram sabotá-la. Ganhamos. Agora defenderemos o resultado", postou Avakov em sua conta no Facebook.

A votação, na qual mais de 33 milhões de pessoas estavam convocados a votar, esteve marcada pelo boicote insurgente em Lugansk e Donetsk, onde vivem mais de 5 milhões de eleitores. Segundo dados preliminares, nos dois territórios separatistas as eleições aconteceram em menos da metade das zonas eleitorais, por isso mais de 3 milhões de pessoas não teriam podido exercer seu direito ao voto.

Nas capitais regionais de Donetsk e Lugansk, onde vivem mais de um milhão e meio de pessoas, não chegou a abrir uma única seção eleitoral, mas apesar de tudo em toda Ucrânia mais de 55% da população votaram. Além de algum atrito entre as forças governamentais e os milicianos rebeldes, uma pessoa morreu e outra ficou ferida em um tiroteio que aconteceu em um colégio eleitoral da cidade de Novoaydar (Lugansk).

Além disso, foi confirmada a primeira morte de um repórter que cobria o conflito ucraniano, o italiano Andrea Rocchelli, e de seu intérprete russo, que foram vítimas ontem à noite de um ataque com morteiro perto de Slaviansk, uma das irredutíveis fortificações pró-Rússia.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não hesitou em parabenizar o povo ucraniano por comparecer em massa às urnas, apesar das ameaças e das provocações, enquanto o líder russo, Vladimir Putin, disse no sábado (24) que respeitaria a escolha do povo ucraniano.

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