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Falso médico suspeito de fazer aborto em Jandira se entrega à polícia

Na quarta (1º), Carlos Augusto não ficou preso em virtude de lei eleitoral

Rio de Janeiro|Do R7

Corpo de Jandira foi encontrado carbonizado em Guaratiba
Corpo de Jandira foi encontrado carbonizado em Guaratiba

Depois de ter sido liberado da prisão pela justiça eleitoral, o falso médico, suspeito de ter feito o aborto que terminou com a morte de Jandira Magdalena, de 27 anos, se entregou novamente à polícia, na manhã desta quarta-feira (8). 

Por volta das 11h, Carlos Augusto Graça de Oliveira se apresentou espontaneamente, acompanhado do advogado na delegacia de Campo Grande (35ª DP). Ele já havia se apresentado na quarta-feira (1º), no entanto, não ficou preso em virtude da lei eleitoral que impede cumprimento de mandados de prisão cinco dias antes das eleições.

O falso médico era o único que ainda estava desaparecido desde o começo das investigações. Foram presos Marcelo Eduardo Medeiros, Mônica Gomes Teixeira, Rosemere Aparecida Ferreira e Vanuza Vais Baldacine. O Disque-Denúncia oferecia R$ 1.000 de recompensa por pistas que levassem à prisão de Carlos Augusto do suspeito.

Nesta quarta-feira, o Disque-Denúncia divulgou cartaz de dois suspeitos que são procurados por envolvimento na morte de Jandira. Os procurados são Jadir Messias da Silva e Débora Dias Ferreira, que tiveram prisão preventiva decretada no último dia 17.


Segundo o Disque-Denúncia, os dois são réus em um processo de março de 2013 em que respondem por homicídio qualificado, aborto e formação de quadrilha. Segundo a denúncia oferecida pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio), Jadir atuaria como motorista na quadrilha, junto com Débora, que é sobrinha de Rosemere Aparecida Ferreira, técnica de enfermagem que teria participado do aborto de Jandira e está detida desde o dia 11 de setembro.

A Polícia Civil chegou a ouvir Débora como testemunha durante as investigações, mas foi liberada. Agora, ela é considerada foragida junto com Jandir. 


Na terça-feira (7), O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou pedido de liberdade a dois suspeitos de envolvimento na morte de Jandira Magdalena, em agosto passado.

O corpo de Jandira, encontrado carbonizado em 27 de agosto, foi enterrado após exame de DNA comprovar a identidade. Jandira foi levada a uma clínica clandestina de aborto. A morte teria se dado durante o procedimento.


Dois dos suspeitos, que teriam alugado a casa onde ocorreu o aborto, entraram com pedido de habeas corpus, que foi negado pelo desembargador Luiz Zveiter, da 1ª Câmara Criminal do TJ-RJ.

Mônica Gomes Teixeira e Marcelo Eduardo de Medeiros são suspeitos dos crimes de aborto, homicídio qualificado, quadrilha e ocultação de cadáver. Esta é a segunda vez que o TJ-RJ nega habeas corpus aos acusados. Outros dois suspeitos também estão presos por envolvimento na morte de Jandira.

A decisão baseia-se na investigação da polícia que aponta Medeiros como a pessoa que alugava o imóvel para a realização dos abortos, local para onde foi levada Jandyra, tendo pleno conhecimento disso. Já Mônica, companheira de Marcelo, participava da quadrilha como recepcionista da clínica clandestina.

“Ao contrário do que alega a defesa, o inquérito policial não se limita à elucidação do crime de aborto, mas, principalmente, ao de homicídio qualificado, delito este considerado hediondo, praticada contra uma de suas clientes, que teria se submetido a procedimento de aborto, bem como o de associação criminosa. Além disso, resta clara a imprescindibilidade da segregação cautelar para resguardar as investigações, eis que deve ser preservada a integridade das testemunhas e colheita de provas”, afirmou, em seu voto, o desembargador–relator.

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