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Caso Joaquim: sem prazo para conclusão do inquérito, tendência é manter o casal na prisão, diz promotor

Marcus Tulio Nicolino diz que ainda há muitas questões a serem esclarecidas sobre o crime

São Paulo|Thiago de Araújo, do R7

Menino Joaquim foi encontrado morto em um rio no interior de SP
Menino Joaquim foi encontrado morto em um rio no interior de SP

O técnico em informática Guilherme Raymo Longo, de 28 anos, e a psicóloga Natália Mingoni Ponte, de 28, deverão ter os pedidos de permanência na prisão por mais 30 dias solicitados pelo Ministério Público. A informação foi repassada ao R7 pelo promotor Marcus Tulio Alves Nicolino, que acompanha as investigações do caso. O casal é suspeito de envolvimento na morte de Joaquim Ponte Marques, de 3, encontrado sem vida em um rio no interior paulista dias depois de desaparecer da casa da família.

Nicolino explicou que deverá se reunir nesta segunda-feira (2) com o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, que conduz os trabalhos da polícia, para tomar ciência dos últimos detalhes das investigações e então definir quando e como será feito o pedido de prorrogação da prisão temporária de Longo e Natália. O prazo expira no próximo dia 10 de dezembro.

Na opinião do promotor, há ainda muitas lacunas em torno de como o menino Joaquim foi morto.

— Tem laudos que estão pendentes, tem diligências que precisam ser feitas ainda. A investigação ainda não acabou.


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A polícia aguarda para os próximos dias laudos detalhados do IML (Instituto Médico Legal) feitos no corpo da criança. O que já se sabe é que, como não foi encontrada água nos pulmões do menino, ele não morreu por afogamento. A principal suspeita dos investigadores é que ela tenha morrido por uma overdose de insulina (Joaquim era diabético), possivelmente aplicada pelo padrasto, que é tido como o principal suspeito pela autoria do crime.

Nicolino voltou a ressaltar que as provas e depoimentos colhidos até o momento apontam para Guilherme Longo, mas vê a necessidade de mais elementos comprobatórios antes de ser possível atestar de maneira cabal que o padrasto matou o enteado, descobrindo ainda quais seriam as reais motivações para que ele tenha cometido o assassinato da criança.


— A prova é muito forte contra ele (Longo), mas a gente vai avançar até para descartar a participação de outras pessoas, da própria Natália como executora. Temos que esgotar todas as possibilidades para termos um quadro mais claro e definido.

Assim como o delegado do caso, o promotor não acredita na participação de uma terceira pessoa no crime, mantendo a tese de que o provável autor do assassinato de Joaquim estava dentro da casa na madrugada do dia 5 de novembro, quando o menino desapareceu da casa da família em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Foi quando Longo alega ter saído para comprar drogas, sem sucesso, e a mãe do menino alega ter dormido, só dando conta do desaparecimento na manhã seguinte, quando acordou.

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O papel de Natália no caso ainda não está totalmente esclarecido, de acordo com Nicolino.

— O papel dela, como já disse, é que no mínimo ela foi omissa por ter entregue uma criança, o filho de 3 anos, doente, a uma pessoa que ela mesma taxou de violenta e agressiva.

Novos depoimentos e laudos nesta semana

O delegado Paulo Henrique Martins de Castro não quis confirmar o dia, mas o casal deverá depor mais uma vez nesta semana, possivelmente nesta terça-feira (3). Na última sexta-feira (29), ambos foram ouvidos de maneira informal, apenas para esclarecer alguns pontos aos policiais. Os novos depoimentos deverão encaminhar as investigações para a sua fase final.

No fim de semana, Castro explicou que gostaria de concluir o inquérito policial antes do fim do prazo de prisão temporária de Longo e Natália, no próximo dia 10 de dezembro, mas que isso só poderia acontecer com a entrega de todos os laudos ainda pendentes – além do IML, a polícia científica ainda deve encaminhar documentos à polícia – e com o acesso aos sigilos telefônicos dos telefones do casal, o que ainda não ocorreu e costuma levar tempo, já que depende das operadoras de telefonia.

O promotor Marcus Tulio Alves Nicolino explicou ao R7 que o provável pedido de prorrogação das prisões do casal deve ser acompanhado de uma solicitação de prorrogação das investigações por mais 30 dias, o que pode levar o caso a só ter uma conclusão em 2014. Até lá, os investigadores esperam que Natália siga na cadeia feminina de Franca (SP), enquanto Longo continue na Delegacia Seccional de Barretos (SP).

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