Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Abstinência de crack não leva à morte, diz especialista

Após a retirada da substância do organismo, os fatores de risco tendem a diminuir

Saúde|Do R7*

Casos de morte podem ser causados por problemas prévios dos dependentes
Casos de morte podem ser causados por problemas prévios dos dependentes Casos de morte podem ser causados por problemas prévios dos dependentes (AYRTON VIGNOLA/AE)

O carioca Carlos Eduardo Albuquerque de Maranhão, o Cadu ou Sarda, de 46 anos, que se tratava a poucos dias da dependência do crack em uma clínica de recuperação para dependentes morreu na noite desta quarta-feira (7). Sua história ficou conhecida após ele ter o tratamento custeado por amigos de infância — que o reconheceram em um vídeo públicado na internet. Um dos amigos de Carlos afirmou em uma rede social que "Sarda faleceu há poucas horas durante o período mais crítico de abstinência pela qual passava". Porém, de acordo com o professor Mario Louzã, do Instituto de Psiquiatria da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), a abstinência da droga não tem relação com a morte de dependentes do crack.

— É difícil afirmar alguma coisa nesse caso, mas, de modo geral, a abstinência não causa morte. A partir do momento que é feita a retirada da droga, os fatores que estão provocando alguma situação de risco, em geral, tendem a diminuir. Possivelmente ele tinha alguma outra coisa que deixou ele vulnerável ou teve alguma outra condição física que não tem nada a ver com o consumo de crack. O que pode ser também é uma mera coincidência.

Por conta da idade de Cadu, o psiquiatra afirma que há grandes chances de a morte ter sido causada por problemas cardíacos, como arritmia ou infarto do miocárdio.

— Antes a gente precisa saber se ele já tinha um problema cardíaco prévio, quanto tempo ele ficou dependente... Tem uma série de detalhes que a gente precisa definir se a morte foi causada pela abstinência ou em decorrência do próprio consumo do crack, que pode ter causado outro problema. Eu imagino que seja alguma intercorrência que outra doença prévia que ele tinha.

Publicidade

Durante a recuperação da dependência do crack, o estado mais crítico ocorre nas primeiras horas após a remoção da droga, sendo que o paciente pode desenvolver quadros depressivos ou de ansiedade. Na parte física, a recomendação é que se tenha uma boa alimentação e hidratação.

Efeitos do crack

Publicidade

Entre os principais efeitos do consumo contínuo do crack estão a perda de funções ligadas ao raciocínio, como atenção, percepção, memória, organização e coordenação.

Fisicamente, o usuário pode ter hemorragia cerebral, problemas respiratórios como tosse e sangramentos pulmonares, além de ferimentos relacionados diretamente ao ato de fumar a droga, como queimaduras nos dedos e feridas, bolhas e rachaduras nos lábios.

Publicidade

Para tratar o vício, a forma mais eficaz é um acompanhamento semelhante ao que seria uma fisioterapia. A diferença é que ela é voltada especialmente para o cérebro, com o objetivo de recuperar a capacidade de cognição do dependente.

Leia mais:

Crack afeta cérebro, pode provocar sangramento pulmonar e levar à morte. Saiba como tratar

Diálogo é principal ferramenta da família em luta contra o crack: 'Atacar nunca resolve'

*Caíque Alencar, do R7

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.