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Bebida alcoólica com energético pode elevar pressão e  levar à morte, avisam médicos

No Carnaval, o ideal é beber com moderação para evitar problemas à saúde

Saúde|Vanessa Sulina, do R7*

Energético esconde sintoma de embriaguez
Energético esconde sintoma de embriaguez

Muitas vezes, a folia de Carnaval é embalada com bebida alcóolica, seja nos bloquinhos de rua, no sambódromo ou no clube. Mas tome cuidado, o abuso ou excesso, principalmente dos adolescentes pode prejudicar à saúde. O álcool pode trazer diversos problemas ao sistema nervoso central e até a morte.

As consequências do álcool do cérebro do adolescente são “muito piores” que nos adulto, explica a psiquiatra e presidente da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas) Ana Cecília Marques. Segundo ela, a substância pode “provocar atrofia em áreas importantes do cérebro, que faz com que a pessoa amadureça”.

— Além de afetar todo o sistema nervoso central, o álcool também mexe com sistema cardiovascular, ou seja, as pessoas ficam mais vulneráveis a ter AVC (acidente vascular cerebral). Esse rompimento de artérias pode deixar a pessoa com sequela ou levar à morte. A bebida em excesso está associada muitas vezes casos de violência, relação sexual sem camisinha, entre outros.

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Durante o Carnaval é muito comum as internações decorrentes de coma alcoólico, segundo a professora do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp (Universidade de São Paulo), Zila Sanches. Segundo ela, o coma acontece quando há intoxicação decorrente do excesso de consumo e faz a pessoa sofrer “um apagão”.

— O coma é reversível, mas depende do estrago. O tratamento é realizado na UTI (Unidade de Treinamento Intensiva).


Mistura álcool e energético

Além do uso do álcool, a médica cardiologista e presidente da Socerj (Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro), Olga Ferreira de Souza, alerta para a mistura do álcool com energético, bebida comum nestes dias de festa Em excesso, a combinação pode levar ao aumento da pressão arterial, palpitações, arritmias cardíacas, e até AVC e a morte súbita.


— Os energéticos escondem os sintomas de embriaguez, pois são estimulantes, contêm cafeína e taurina que mascaram os efeitos do álcool. Os energéticos permitem que a pessoa beba por mais tempo e em maior quantidade.

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A professora Zila explica que o “energético mascara os efeitos do álcool, assim faz com que a pessoa beba mais e não sinta os efeitos do seu consumo”. Portanto, a pessoa se sujeita a embriaguez e todos os riscos que isto acarreta, como redução de reflexos, riscos de quedas e acidentes, risco de dependência e risco de morte.

Um estudo realizado pela Unifesp mostra que a cafeína presente nos energéticos potencializa o efeito maléfico do álcool no cérebro e pode provocar envelhecimento precoce e a doenças como Mal de Alzheimer e de Parkinson.

De acordo com Olga, portadores de doenças do coração podem ter mais problemas ao consumir a mistura.

— O jovem não faz habitualmente avaliação clínica e cardiológica que nos permita dizer se é saudável. O risco é enorme para aqueles que são portadores de doenças do coração, hipertensão arterial e arritmias e também para os que não sabem ter doenças.

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Nunca beba em jejum

“Se for beber, que seja de forma moderada, pouca quantidade, evitando bebidas destiladas que possuem maior teor alcoólico”, alerta a cardiologista.

— O ideal é se hidratar periodicamente durante o consumo de bebidas alcoólicas, pois um dos efeitos do álcool é a desidratação das células. Só beba se estiver bem alimentado, nunca em jejum.

Jovens bebem cada vez mais cedo

Além dos problemas de saúde, Ana Cecília diz que as pessoas estão bebendo cada vez mais cedo. E, segundo ela, “inicialmente” isso ocorre por “falta de politica para o álcool”.

— Atendo há mais de 30 anos. Antigamente, atendia paciente alcoólatra com 45 ou 50 anos. Hoje, a partir dos 35 anos, porque se toma cada vez mais cedo. Os jovens estão tendo cada vez mais acesso à bebida. Não existe controle para a venda do álcool. O adolescente tem acesso ao álcool. Não existe campanha preventiva que explicasse bem as consequências do uso do etanol. Se uma mãe soubesse de tudo, iria pegar no pé do filho e dar limites.

*Colaborou: Luiz Guilherme Sanfins, estagiário do R7

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