Líder de entidade diz que é ‘insana’ possível classificação da tilápia como espécie invasora
Decisão do Ministério do Meio Ambiente, discutida desde 2009, será votada em dezembro
Agronegócios|Do R7
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Com um crescimento na casa dos 11% ao ano na última década — melhor série histórica de uma proteína de origem animal no Brasil —, a tilápia é o peixe mais consumido no país. No entanto, sua produção pode ser afetada após uma decisão do Ministério do Meio Ambiente, que avalia incluir o pescado e outros produtos em uma lista de espécies invasoras.
Com o possível impacto em uma área composta por cerca de 90% de produções familiares, a medida gera debate entre o ministério e lideranças do setor.
Francisco Medeiros, presidente da Peixe-BR, a (Associação Brasileira da Piscicultura), define a decisão como “insana” ao avaliar que a proteína possui uma importância significativa para o país. “Hoje, praticamente 70% do que a gente cultiva é tilápia, e a tilápia hoje já é o pescado mais consumido no Brasil”, afirma.
Com uma produção de 660 mil toneladas em 2024, segundo dados da organização, e 110 mil estabelecimentos no país, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Medeiros também defende o cultivo do peixe devido à relevância no mercado internacional, como Estados Unidos e Canadá.

“Dentro da terminologia, não se caracteriza esse peixe como invasor. Primeiro que a tilápia não veio do continente africano para cá voando. Alguém trouxe, e quem trouxe foi o próprio governo, quem povoou os lagos das hidrelétricas do Brasil com a tilápia foi o próprio governo”, pontuou o presidente da associação em entrevista ao Record News Rural desta quinta-feira (30).
Comunicado em 3 de outubro, o assunto vem sendo discutido desde 2009 e ainda não é uma decisão definitiva, já que seguirá para votação prevista para 10 de dezembro.
Durante esse período, representantes dos setores afetados podem apresentar suas justificativas e razões para a não inclusão de seus produtos na classificação perante a pasta do Meio Ambiente.
“98% da produção são pequenos produtores, segundo o próprio IBGE do Brasil, e aí esses produtores vão deixar de receber R$ 9 bilhões por ano. O governo, todo ano, vai dar R$ 9 bilhões para esses produtores? O que será feito?”, questiona Medeiros.
O executivo pontua que, “nas pesquisas apresentadas pelo Ministério do Meio Ambiente com o que sugere e é a base disso, nós não temos nenhuma pesquisa de ciências sociais, nós não temos nenhuma pesquisa de ciência econômica” que valide a decisão.
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