Agenda de Lula inclui Bahia, sanção da igualdade salarial para homens e mulheres e ida à Argentina
Presidente vai inaugurar obras de ferrovia em Ilhéus, volta para a capital federal e, à tarde, segue para Puerto Iguazú
Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai participar na manhã desta segunda-feira (3) da cerimônia de início das obras em trecho da ferrovia de integração Oeste-Leste, em Ilhéus, na Bahia. Na sequência, retorna a Brasília para a celebração da sanção do projeto de lei que trata da igualdade salarial entre mulheres e homens. À tarde, o petista embarca para Puerto Iguazú, na Argentina, para a cúpula do Mercosul.
O 1F é um dos quatro lotes de construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e conta com 127 km de extensão. As obras terão investimento inicial de R$ 1,5 bilhão e previsão de durar 36 meses, com o início da operação em 2027.
No total, a Fiol terá 1.527 km de extensão, aproximadamente. Vai ligar o futuro Porto de Ilhéus (no litoral da Bahia) ao município de Figueirópolis (no Tocantins), ponto em que se conectará com a Ferrovia Norte-Sul.
Segundo o Palácio do Planalto, a integração ferroviária em Ilhéus vai consolidar um corredor de escoamento de minério da região sul do estado e de grãos da região oeste. "Quando estiver em plena operação, estima-se uma redução de 86% na emissão de gases do efeito estufa na atmosfera", diz em comunicado.
Em uma cerimônia que será realizada às 15h, na Base Aérea de Brasília, Lula vai sancionar o projeto de lei que torna obrigatória a igualdade salarial entre mulheres e homens na mesma função. O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em maio e pelo Senado Federal, no mês passado.
O projeto faz parte de um acordo político entre Lula e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que foi candidata à Presidência da República nas eleições de 2022. Para apoiar o petista no segundo turno, ela pediu que o projeto saísse do papel.
"Toda hora que você vai procurar essa lei, parece que ela existe, mas tem tantas nuances, tem tantas vírgulas antes do D, depois do D, que tudo é feito para mulher não ter o direito. Então, é preciso fazer uma lei que diga: a mulher deve ganhar o mesmo salário do homem se exercer a mesma função e ponto. Não tem vírgula", disse Lula ao anunciar o projeto, em fevereiro deste ano.
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Cúpula do Mercosul
Lula embarca, às 17h, para Puerto Iguazú, na Argentina, para a cúpula do Mercosul. O presidente vai receber o comando do grupo nesta terça-feira (4). A presidência do bloco vai ficar por seis meses com o Brasil. Na cúpula, o chefe do Executivo brasileiro vai tratar com os demais chefes de Estado das negociações que visam ao acordo entre o bloco e a União Europeia. No entanto, são baixas as chances de que, durante a agenda, seja formalizada a resposta dos sul-americanos aos europeus.
Como noticiou o R7, o Ministério das Relações Exteriores prepara uma resposta às novas exigências feitas pela União Europeia. Negociado desde 1999, o acordo está em fase de revisão, mas há entraves na questão ambiental e sobre compras governamentais. Recentemente, os europeus propuseram um documento adicional, chamado de side letter, que impõe sanções em caso de descumprimento — mas só para o lado sul-americano.
A resposta ainda é finalizada pelo Palácio do Itamaraty e deve ser discutida com os demais países do bloco na cúpula que será realizada na Argentina. Na ocasião, Lula vai defender ajustes no acordo com os europeus. Além disso, a cúpula não deve formalizar a resposta oficial, já que "é um processo que não é tão rápido e exige trabalho de coordenação interna muito intenso".