Anderson Torres passa por audiência de custódia neste sábado (14)
Ex-secretário de Segurança Pública do DF foi preso após desembarcar no aeroporto de Brasília vindo de Miami
Brasília|Marina Marquez, do R7, em Brasília
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, passou por audiência de custódia neste sábado (14), às 12h30, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O desembargador Airton Vieira, do gabinete de Moraes, vai conduzir a audiência.
Torres foi preso na manhã de hoje, sábado (14), ao desembarcar no aeroporto de Brasília. Ele veio de Miami, nos Estados Unidos, em voo comercial. A prisão foi determinada por Moraes e confirmada pelo STF em razão dos atos de vandalismo registrados em Brasília no último domingo (8) por manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições.
Torres prestou depoimento à Polícia Federal no 4º Batalhão da Polícia Militar (Guará), e a audiência de custódia ocorreu no Batalhão de Aviação Operacional do DF — que fica dentro do batalhão. Depois, se mantida a prisão preventiva, ele deve ser encaminhado para a carceragem do 19º Batalhão da PMDF, conhecida como "Papudinha" — local que recebe policiais militares sob custódia à disposição da Justiça no Complexo Penitenciário da Papuda.
Prisão de Torres
Anderson Torres desembarcou de um voo comercial vindo de Miami pela porta traseira do avião, por volta das 7h20, de uma forma discreta. Ele passou por exame de corpo de delito — um médico-legista foi deslocado pela PF para realizar o procedimento.
Torres foi nomeado secretário de Segurança Pública do Distrito Federal pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) ao deixar o governo federal. Ele foi ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A prisão foi motivada por suposta omissão em relação aos atos de vandalismo que terminaram com a depredação das sedes dos Três Poderes da República. Na terça-feira (10), a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Torres, onde encontrou uma minuta (espécie de rascunho) de um decreto que tentaria mudar o resultado das eleições presidenciais de 2022.
Os atos de vandalismo na capital federal levaram ao afastamento do governador, à prisão do então comandante da PM, coronel Fábio Augusto, e à intervenção federal na segurança pública do DF.
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Na quarta-feira (11), o plenário do STF manteve a prisão de Anderson Torres por omissão nos atos de vandalismo praticados por extremistas em Brasília. Votaram pela manutenção da decisão de Moraes os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.
Logo após a notícia do pedido de prisão, o ex-secretário afirmou nas redes sociais que havia tomado a decisão de interromper as férias e voltar ao Brasil para se entregar à Justiça.
Perfil
Torres é advogado e delegado da Polícia Federal (PF), tem especialização em ciência policial, investigação criminal e inteligência estratégica pela Escola Superior de Guerra (ESG). Na PF, coordenou investigações voltadas ao combate ao crime organizado, na superintendência em Roraima.
No último dia 2, o ex-secretário reassumiu o comando da pasta e viajou de férias para os EUA poucos dias depois. Foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para o Ministério da Justiça em março de 2021. Em 31 de dezembro, último dia como ministro, Torres agradeceu ao ex-presidente pela "confiança" em nomeá-lo para gerenciar o ministério.