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Barroso defende órgão externo para monitorar regulação das redes sociais: 'Imprescindível'

Afirmação do ministro do STF, nesta terça, se refere à necessidade de combater discurso de ódio que incentiva violência nas escolas

Brasília|Do R7, em Brasília

Barroso durante o encontro anual Educação Já, realizado pela ONG Todos pela Educação
Barroso durante o encontro anual Educação Já, realizado pela ONG Todos pela Educação Barroso durante o encontro anual Educação Já, realizado pela ONG Todos pela Educação

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso defendeu nesta terça-feira (18) a criação de um órgão independente que monitore a regulação das redes sociais. Na avaliação dele, esse é um instrumento capaz de auxiliar a combater o discurso de ódio que incentiva violência nas escolas.

"É preciso não confundir liberdade de expressão com discurso de ódio, liberdade de expressão com mentira deliberada e perigosa, de modo que todo mundo está procurando equacionar isso criando regulação estatal, não muito abrangente, uma autorregulação grande por parte das mídias sociais. E uma das ideias na mesa é um órgão independente, externo, não governamental, que faça o monitoramento do cumprimento dessa legislação e da autorregulação", disse Barroso.

A afirmação do ministro ocorreu durante o encontro anual Educação Já, realizado pela ONG Todos pela Educação, em Brasília. O evento foi feito 13 dias após o ataque que matou quatro crianças numa creche particular em Blumenau (SC).

Não é fácil%2C mas se tornou imprescindível. E esse caso da violência nas escolas no Brasil é muito emblemático. Ninguém pode assistir inerte nem achar que é natural ou que faça parte da liberdade de expressão a ser protegida a convocação para atos de violência contra crianças. Portanto%2C é preciso desnaturalizar a aberração.

(Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal)

"O discurso de ódio, a desinformação deliberada e maldosa e o assassinato de reputações violam os três fundamentos que justificam a liberdade de expressão, porque a mentira não busca a verdade possível. A desinformação impede a democracia, porque as pessoas precisam votar de maneira informada e esclarecida. E o discurso de ódio, o discurso racista, o discurso misógino violam os direitos fundamentais desses grupos vulneráveis", acrescentou Barroso.

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Redes sociais suspensas

No último dia 12, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou uma portaria elaborada pelo governo federal com regras para que as redes sociais restrinjam conteúdos que estimulem atentados em escolas.

De acordo com o ato, as plataformas terão de excluir publicações que incitem atos de violência em instituições de ensino e impedir a criação de perfis por pessoas que tenham divulgado conteúdo com esse teor.

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Além disso, de acordo com o ministro, as redes sociais podem ser suspensas ou multadas caso não tirem do ar páginas ou perfis que façam alusão a atentados. O valor da sanção varia, mas pode chegar a R$ 12 milhões, informou Dino.

'Terra sem lei'

No fim de março, o ministro do STF Alexandre de Moraes criticou a atuação das grandes empresas do ramo digital na divulgação de informações e pediu a regulação dessas mídias.

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Moraes durante evento sobre democracia promovido pela Faculdade de Direito da USP
Moraes durante evento sobre democracia promovido pela Faculdade de Direito da USP Moraes durante evento sobre democracia promovido pela Faculdade de Direito da USP

"Como é possível que até hoje todas as big techs e as plataformas sejam consideradas empresas de tecnologia e de informática, e não de publicidade e de mídia?", questionou o ministro.

"As mídias sociais e as big techs não podem ser consideradas terra sem lei; há métodos [que devem ser seguidos]. A pergunta que tem de ser feita é: por que o que não pode ser feito no mundo real pode ser feito no virtual?", questionou o ministro.

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