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R7 Brasília

‘É preciso fazer com que mentir volte a ser errado’, diz Barroso

Presidente do STF disse que mentira passou a ser uma ‘estratégia política’

Brasília|Do Estadão Conteúdo

Barroso
'Passamos a viver o mundo das narrativas próprias', disse Barroso Antonio Augusto/STF - 23.5.2025

“É preciso fazer com que mentir volte a ser errado, para que as pessoas formem suas opiniões sobre fatos reais”, disse o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Luís Roberto Barroso, nessa quinta-feira (22). A declaração abriu os debates do 4º Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário, que ocorre até esta sexta-feira, 23, na sede do CNJ, em Brasília.

“Nós passamos a viver o mundo das narrativas próprias, e cada tribo cria a sua própria”, comentou o ministro, alertando que, nesse cenário, “nessas narrativas, a mentira passa a ser uma estratégia política”, disse Barroso.

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Ao abordar o papel do Judiciário neste cenário, Barroso disse que, por lidar com temas centrais e controversos da sociedade brasileira, o Judiciário se tornou alvo de críticas.

Em resposta a essa situação, defendeu o uso de uma linguagem mais clara e direta nas comunicações institucionais, propondo o que chamou de “revolução da simplicidade”. “Não por outra razão, nós aprovamos no Encontro Nacional do Poder Judiciário de 2023, o Pacto pela Linguagem Simples”, disse.


O ministro observou que o crescimento das plataformas digitais trouxe três impactos significativos: a circulação irrestrita de informações, a intensificação da segmentação social em “tribos” e a crise enfrentada pelos meios tradicionais de imprensa.

Barroso apontou ainda que, embora o acesso ao debate público tenha se tornado mais democrático, isso também facilitou a propagação de desinformação e discursos de ódio. “Os fatos objetivos precisam ser compartilhados. Esse é o papel da imprensa”, afirmou.


Edson Fachin

Também no encontro, o ministro Edson Fachin enfatizou a relevância estratégica da comunicação pública na preservação da democracia. Segundo ele, essa comunicação deve ser “ética, nítida e acessível”, sobretudo frente aos desafios impostos pela era digital, caracterizada pela manipulação informativa e pela desinformação.

Fachin ainda defendeu uma abordagem mais empática e interativa. “Antes de comunicar, é preciso saber ouvir. A qualidade da comunicação é simétrica à qualificação da escuta”, disse.


Fachin destacou ainda a necessidade de uma postura institucional mais ativa e transparente. “A comunicação do Judiciário é, antes de tudo, um ato de justiça. Quando comunicamos com responsabilidade, garantimos que a justiça não seja apenas feita mas também percebida e compreendida como tal.”

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