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Brasil convoca para dia 8 reunião virtual de líderes do Brics em meio a tarifaço de Trump

Data foi definida nos últimos dias, durante consultas diplomáticas aos demais países do grupo dos emergentes

Brasília|Do Estadão Conteúdo

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O governo brasileiro convocou reunião virtual de líderes do Brics para o dia 8, em resposta às tarifas de 50% impostas por Trump.
  • A pauta não será diretamente sobre as tarifas, mas espera-se que o tema seja abordado no debate.
  • Questões como crise do multilateralismo, guerras na Ucrânia e Gaza e a COP30 também estarão em discussão.
  • O governo Lula é cético quanto a uma resposta unificada contra os EUA e antecipa uma nova declaração em defesa do multilateralismo.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula afirmou que bloco lidera ações 'com solidariedade em vez de indiferença' Ricardo Stuckert / PR

O governo brasileiro convocou para a próxima segunda-feira (8) a reunião virtual de líderes do Brics, articulada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em meio ao tarifaço de 50% contra exportações do país aplicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A data foi definida nos últimos dias, durante consultas diplomáticas aos demais países do grupo dos emergentes. O formato da videoconferência ainda não foi divulgado.


Em julho, o Brasil rompeu uma prática recente durante a Cúpula de Líderes do Rio e não transmitiu a interação entre chefes de Estado e de governo. Coube a cada país divulgar ou não o conteúdo dos discursos de seus líderes.

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Oficialmente, a pauta da reunião não será o tarifaço de Trump em si, mas os presidentes e primeiros-ministros certamente abordarão o tema na sessão de debates por videoconferência.


Segundo integrantes do governo brasileiro, a reunião debaterá a crise do “multilateralismo”, as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza e a COP30.

A data agora confirmada era uma tentativa até o fim da semana passada. O governo não descarta que alguns líderes tenham conflito de agenda e possam se fazer representar por seus chanceleres ou algum enviado especial.


Em julho, o grupo emitiu uma declaração apenas indireta sobre o tarifaço, chamado de “ações restritivas” ao comércio. Na ocasião, os líderes dos 11 países evitaram citações aos EUA e a Trump.

Eles afirmaram que o “aumento indiscriminado de tarifas” ameaça reduzir ainda mais o comércio global, interromper as cadeias de suprimentos e introduzir incerteza nas atividades econômicas e comerciais.


Defenderam a OMC (Organização Mundial do Comércio) como núcleo de um “sistema multilateral de comércio baseado em regras, aberto, transparente, justo, inclusivo, equitativo, não discriminatório e consensual” e incentivaram expandir as trocas de bens e serviços entre países do grupo.

“Expressamos sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da OMC”, disseram os líderes do Brics.

Isso se deveu à falta de coesão interna do bloco do Sul Global após a expansão de cinco para 11 membros - alguns cultivam mais proximidade com o governo dos EUA - e pelo estágio distinto das negociações comerciais.

Desde então, o tarifaço se agravou contra o Brasil e a Índia, ambos taxados em 50%, o maior patamar de todos.

Alguns países receberam a tarifa mínima global de 10% (Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito, Irã e Rússia). A Indonésia fechou com os EUA um acordo em 19%.

Alvo inicial de Trump, a China teve a tarifa reduzida para 30% e entabulou uma negociação ainda em andamento - certas exceções que expirariam em agosto foram agora postergadas para o fim de novembro. A África do Sul sofreu enfrentamentos políticos e foi sobretaxada em 30%.

A aposta do governo brasileiro é que será improvável obter alguma declaração mais dura novamente, uma vez que as decisões no Brics são tomadas por consenso - o que significa obter a concordância de todos os membros.

Para o governo Lula, a forma como Trump aplicou o tarifaço - dividindo os países e decidindo caso a caso - complicou uma reação uníssona em algum foro multilateral.

Integrantes do governo Lula são céticos sobre as chances de a reunião virtual do dia 8 servir como plataforma para articular uma estratégia comum anti-EUA. Apostam que ela terminará apenas com nova declaração em defesa do multilateralismo.

O Brics ganhou mais legitimidade política com a ampliação dos membros (inclusive aliados de Trump), e agora é preciso administrar mais as diferenças, pondera um embaixador.

O presidente da China, Xi Jinping, o premiê da Índia, Narendra Modi, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniram em Tianjin para cúpula da Organização para a Cooperação de Xangai. Na ocasião, o anfitrião chinês se apresentou como alternativa estável de liderança global.

O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, viajou à China a convite do governo comunista para participar ao longo da semana de reuniões e celebrações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.

Perguntas e respostas

Qual é a data da reunião virtual dos líderes do Brics convocada pelo Brasil?

A reunião virtual dos líderes do Brics está marcada para a próxima segunda-feira, dia 8.

Quem articulou a convocação da reunião?

A convocação foi articulada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Qual é o contexto da reunião em relação à tarifa imposta pelos Estados Unidos?

A reunião ocorre em meio à tarifa de 50% aplicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra as exportações do Brasil.

Como foi definida a data da reunião?

A data foi definida durante consultas diplomáticas com os demais países do grupo Brics.

O formato da videoconferência já foi divulgado?

Não, o formato da videoconferência ainda não foi divulgado.

Qual será a pauta oficial da reunião?

Oficialmente, a pauta não será a tarifa de Trump, mas os líderes devem abordar o tema durante os debates.

Quais outros assuntos serão discutidos na reunião?

Além da tarifa, a reunião debaterá a crise do multilateralismo, as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, e a COP30.

Haverá a presença de todos os líderes na reunião?

O governo não descarta a possibilidade de que alguns líderes tenham conflitos de agenda e sejam representados por seus chanceleres ou enviados especiais.

Qual foi a posição do grupo em relação à tarifa de Trump em julho?

Em julho, o grupo emitiu uma declaração indireta sobre a tarifa, referindo-se a “ações restritivas” ao comércio, sem citar diretamente os EUA ou Trump.

O que os líderes do Brics afirmaram sobre o aumento de tarifas?

Os líderes expressaram preocupações com o aumento de medidas tarifárias que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da OMC.

Como a ampliação do Brics afetou a coesão interna do bloco?

A ampliação de cinco para 11 membros trouxe desafios à coesão interna, pois alguns países têm mais proximidade com o governo dos EUA.

Qual é a expectativa do governo brasileiro em relação à reunião?

O governo brasileiro acredita que será improvável obter uma declaração mais dura, já que as decisões no Brics são tomadas por consenso.

Qual é a visão do governo Lula sobre a aplicação da tarifa por Trump?

O governo Lula considera que a forma como Trump aplicou a tarifa complicou uma reação unificada em fóruns multilaterais.

Qual é a perspectiva sobre a reunião do dia 8?

Integrantes do governo Lula são céticos quanto à reunião servir como plataforma para articular uma estratégia comum contra os EUA, acreditando que resultará em uma nova declaração em defesa do multilateralismo.

Quem participou da cúpula da Organização para a Cooperação de Xangai?

O presidente da China, Xi Jinping, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniram em Tianjin para a cúpula.

Qual foi a participação do assessor especial da Presidência, Celso Amorim, na China?

Celso Amorim viajou à China a convite do governo comunista para participar de reuniões e celebrações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.

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