Brasil enfrentou apagões nos governos Fernando Henrique, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro
No ano passado, todas as regiões do país registraram queda de energia
Brasília|Laísa Lopes e Rafaela Soares, do R7, em Brasília
Em agosto de 2023, durante o primeiro ano de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, todas as regiões do Brasil registraram queda de energia. Em algumas cidades, o apagão nacional durou alguns minutos. Em outras, a população continuou sem luz por algumas horas. Na época, o Ministério de Minas e Energia afirmou que houve uma ocorrência na rede de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) que provocou a "separação elétrica das regiões Norte e Nordeste das regiões Sul e Sudeste do país", com interrupção de pelo menos 16 mil megawatts de carga.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a principal causa foi o desempenho abaixo do esperado em equipamentos de controle de tensão de diferentes usinas eólicas e solares.
Em novembro do mesmo ano, a capital paulista enfrentou um apagão de quatro dias, prejudicando 2 milhões de pessoas. A queda de energia aconteceu após temporais atingirem a cidade e afetando o funcionamento de locais como o Parque Ibirapuera, onde era realizada a 35ª Bienal de São Paulo, e escolas que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
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A Enel, distribuidora de energia do estado, informou à época que mobilizou equipes
em várias frentes, como call center e operação, para agilizar a normalização do serviço a todos os clientes impactados.
Estas não foram as únicas vezes que o país enfrentou apagões. Relembre casos nacionais abaixo.
1999
Em março de 1999, durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil sofreu uma queda de energia em escala nacional. Dez estados e o Distrito Federal foram afetados. Cerca de 76 milhões de pessoas – 47% da população brasileira na época – foram atingidas.
2001
Ainda durante o segundo mandato de Fernando Henrique, o Brasil enfrentou a que ficou conhecida como "crise do apagão em 2001" e, apesar do nome, se estendeu de julho daquele ano até fevereiro de 2002. A queda de energia em todo o território nacional foi causada por uma mudança repentina de condições climáticas – principalmente a diminuição de chuvas. Na época, assim como hoje, o Brasil era altamente dependente do volume de águas para o funcionamento das usinas hidroelétricas.
A interrupção do fornecimento afetou casas, comércios e indústrias e impactou a economia do país.
2009
Começou na noite de 10 de novembro e foi a primeira crise energética enfrentada no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Condições climáticas causaram a falha de três linhas de transmissão da Usina de Itaipu. A queda brusca de energia ocasionou o desligamento automático de 20 turbinas, deixando quase 90 milhões de brasileiros sem energia.
Agências bancárias da Caixa Econômica Federal e lotéricas foram prejudicadas. Além disso, regiões como São Paulo e Rio de Janeiro tiveram o fornecimento de água interrompido.
2011
Durante o primeiro governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o "blecaute no Nordeste" ocorreu na noite de 3 de fevereiro até a madrugada do dia seguinte. A falta de energia atingiu todos os estados da região, exceto o Maranhão.
Segundo a empresa responsável pelo abastecimento elétrico, o problema foi causado por uma falha em uma linha de transmissão na subestação Luiz Gonzaga, localizada no sertão de Pernambuco.
Além de problemas em caixas eletrônicos e fornecimento de água, as operações no aeroporto internacional de Natal tiveram de ser interrompidas.
2012
Ainda no primeiro mandato de Dilma, seis estados ficaram às escuras em dezembro após um problema na hidrelétrica de Itumbiara, em Goiás. Dois meses antes, uma falha de fornecimento deixou nove estados do Nordeste e parte da região Norte sem energia por quase três horas.
2014
Outro apagão, dessa vez em ano eleitoral, deixou Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste sem energia por quase duas horas. Cerca de 12 milhões de pessoas foram afetadas.
2018
No governo do ex-presidente Michel Temer, a falta de energia atingiu o Norte e o Nordeste do país e cerca de 70 milhões de pessoas ficaram sem o fornecimento. A falha aconteceu na subestação Xingu, responsável por distribuir parte da energia produzida na usina de Belo Monte.
2020
Em 2020, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, 207 mil consumidores de energia do Amapá sofreram com 21 dias sem fornecimento em um apagão geral no estado. A queda de energia foi causada pelo incêndio em um transformador da empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE).