CPMI aprova convocação do ex-ministro do GSI Gonçalves Dias
Dias pediu demissão do cargo após vazamento de imagens em que ele aparece circulando entre invasores
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de vandalismo na praça dos Três Poderes aprovou, nesta terça-feira (20), o pedido de convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias. O colegiado também aprovou as convocações de Saulo Moura, que era diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante os atos do 8 de janeiro, e Jean Lawand Júnior, citado em investigações da Polícia Federal como um dos militares que incentivaram um golpe de Estado.
O nome de Gonçalves Dias só foi aprovado após um acordo entre o presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA), e a relatora, Eliziane Gama (PSD-MA). Na reunião da semana passada, a oposição havia sugerido o nome de Gonçalves Dias e de outros nomes ligados ao governo Lula, mas os pedidos sofreram resistência por parte da base do governo.
Na ocasião, a relatora da comissão Eliziane Gama (PSD-MA), alegou que a intenção é investigar a cronologia dos fatos e a correlação com os ataques às sedes dos Poderes. Com isso, o depoimento de Gonçalves Dias não entraria no primeiro bloco de convocações.
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"Essa questão cronológica tem que ser levada em consideração. A gente aprova os requerimentos, mas a gente segue uma ordem pactuada e que vai ser seguida em um calendário. Esse entendimento é importante para o bom andamento dos trabalhos", afirmou Eliziane. Com isso, o depoimento de Gonçalves Dias deve acontecer após os depoimentos de outros personagens que tiveram participação em eventos anteriores ao 8 de janeiro.
Dias era o chefe da segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro e pediu demissão do cargo depois do vazamento de imagens em que ele aparece circulando pela sede do Poder Executivo entre os invasores durante a manifestação.
À Polícia Federal, em 21 de abril, Gonçalves Dias afirmou que não teve conhecimento de que o coordenador de avaliações de risco do GSI, o coronel Alexandre Santos de Amorim, havia classificado os protestos do dia 8 como de risco "laranja", o segundo maior, ou seja, de alto risco.