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Divergências no governo atrasam divulgação da nova regra fiscal

Reclamação é que proposta limitaria os gastos com novos programas sociais e obras, que foram pilares da campanha de Lula

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília, e Renata Varandas, da Record TV

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (à frente), durante entrevista coletiva
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (à frente), durante entrevista coletiva

A proposta da nova regra fiscal está pronta, mas a divulgação sofreu um atraso por causa das divergências dentro da própria equipe do governo federal e do PT. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma apresentação prévia do texto a líderes no Congresso e a economistas como forma de garantir um alinhamento para que as regras não enfrentem resistência.

O arcabouço foi explicado a Lula na sexta-feira (17), em reunião que contou com a presença do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. A reportagem apurou com fontes ligadas ao Planalto que as limitações de gastos presentes na proposta desagradaram Costa, que defende mais recursos para bancar novos programas sociais e obras.

A reivindicação busca atender a promessas de campanha de Lula e satisfazer o eleitorado. No mesmo sentido, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), cobrou uma política fiscal expansionista.

"Se é verdade que a economia crescerá menos este ano segundo indicadores divulgados pelo governo, precisamos então aumentar os investimentos públicos e não represar nenhuma aplicação no social. Em momentos assim, a política fiscal tem de ser contracíclica, expansionista", disse a parlamentar nas redes sociais.


Nesta segunda-feira (20), Haddad reconheceu a projeção de menor crescimento econômico. "Estamos todos preocupados com essa questão da economia, porque efetivamente estamos tendo uma desaceleração, que não tem nada a ver sobre a discussão do arcabouço", disse, responsabilizando a dívida pública herdada do governo anterior. 

O ministro da Fazenda também citou a necessidade de "encontrar a linha fina" para compatibilizar a responsabilidade social à fiscal. Ele sugere uma proposta mais robusta de forma a convencer o mercado que o governo federal possui responsabilidade fiscal. Segundo ele, não faz sentido dividir a discussão entre uma decisão econômica e política. 


"Toda decisão é técnica e política, ainda mais uma decisão dessa importância. Por isso que é o presidente da República é quem vai dar a última palavra. Temos que levar todos os subsídios possíveis para que ele tome a decisão que contemple seus compromissos históricos, seus compromissos de campanha e a sustentabilidade do país", afirmou Haddad. 

Foi desmarcada uma reunião agendada para esta segunda-feira entre Haddad e Rui Costa, momento em que o assunto seria debatido. O encontro havia sido marcado para discutir a suspensão de consignados por bancos após redução do limite máximo de juros

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Os dois assuntos devem ser pauta da reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO), com os ministros Rui Costa, da Casa Civil, Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, e Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. O encontro deve ocorrer nesta terça-feira (21).

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