Doria renuncia ao governo de São Paulo para disputar a Presidência
Anúncio foi feito nesta quinta-feira (31) em meio à incerteza de quem seria o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto
Brasília|Augusto Fernandes e Rossini Gomes, do R7, em Brasília
![João Doria será o candidato do PSDB nas eleições presidenciais](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/2ETESVGYKRPQFAXET7XV2Z23OY.jpg?auth=dad4017e00d5e00274a9a78c0209c099951044f2030726c7dd2ee0f4527673d2&width=1261&height=733)
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou nesta quinta-feira (31) a renúncia ao cargo para concorrer à Presidência da República nas eleições de outubro. O anúncio foi feito em meio à incerteza de quem seria o candidato do partido ao Palácio do Planalto: se o próprio Doria ou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
![Doria é carregado por apoiadores](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/OJNKIHBX65LM7ESV6WAGSO4WY4.jpg?auth=96566f0048dfe97c0ffed07bc84a304b4676620752733eaed373402ee578e675&width=1024&height=768)
Na manhã desta quinta, Doria teria surpreendido aliados e auxiliares ao comunicar que havia desistido de concorrer ao cargo de chefe do Executivo nacional, fato que entrou nos temas mais comentados nas redes sociais. O anúncio teria pego de surpresa também o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que chegou a pedir demissão da Secretaria de Governo.
No entanto, após o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, confirmar que Doria será o nome do PSDB na corrida ao Palácio do Planalto, o governador voltou atrás. Uma cerimônia no Palácio dos Bandeirantes nesta tarde selou a saída de Doria do governo de São Paulo e a confirmação de que ele concorrerá à Presidência.
Ao discursar no evento, Doria falou que quer trabalhar com outros partidos em prol de uma terceira via que seja capaz de fazer frente ao presidente Jair Bolsonaro, pré-candidato do PL, e de Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT.
"Sim. Serei candidato à Presidência da República pelo PSDB. O nosso partido. E juntos, ao lado de outros partidos valorosos de políticos e de pessoas que têm respeito pela democracia, pela vida e pelos cidadãos. Nós vamos vencer. Vamos vencer o populismo, a maldade, a diversidade e a corrupção. E, juntos, todos nós vamos ter um Brasil novo", afirmou.
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Doria deixou a gestão estadual a cargo de Garcia, que tentará a reeleição para o governo paulista, e disse que quer começar a campanha já no próximo sábado (2).
“Eu quero estar ao lado de vocês, a partir do próximo dia 2, para mostrar que é possível, sim, ter uma nova alternativa para o Brasil. Uma alternativa de paz, de trabalho, de dedicação, de humildade e de integração de todo o Brasil. E fazer isso com determinação. Longe da ideologia, distante do populismo e absolutamente condenando a corrupção e o mau trato do dinheiro público.”
Vitória em 2018
João Doria assumiu o governo de São Paulo em 1º de janeiro de 2019 após derrotar o então governador Márcio França no segundo turno das eleições, em 2018. O tucano, ex-prefeito da capital, já havia sido o candidato mais votado na primeira etapa da disputa. Com 100% das urnas apuradas, Doria teve 10.990.350 votos (51,75%).
Doria Júnior concorreu a um cargo eletivo pela primeira vez em 2016, quando venceu a disputa pela Prefeitura de São Paulo no primeiro turno após uma campanha em que se declarava como “não político”.
O encontro entre o prefeito de São Paulo e o cantor Zeca pagodinho ganhou as redes sociais. Muitos repararam na cara do cantor, que parecia não estar nem um um pouco à vontade na situação
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Em novembro do ano passado, Doria afirmou que o apoio dado a Jair Bolsonaro, então candidato à Presidência da República, nas eleições de 2018, ocorreu em virtude das promessas de que o governo dele seria "liberal", "democrático" e "pelo fim da corrupção", mas que na prática não foi isso que aconteceu. "Eu não tenho compromisso com o erro. Sempre tive compromisso com a verdade e com os acertos. Milhões de brasileiros foram enganados, inclusive eu," disse o pré-candidato à Presidência da República.
À época, João Doria disse que milhões se arrependeram de votar em Bolsonaro e que o chefe do Executivo deixou de cumprir o que prometeu durante a campanha assim que iniciou seu mandato. “O governo mentiu tanto que no segundo mês já fazia campanha para a reeleição.”