Em meio à crise de confiança, governo Lula nomeia 122 militares para o GSI
Segundo portaria, integrantes das Forças Armadas vão ocupar cargos de secretário, assistente, especialista e supervisor
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
Em meio à desconfiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os militares, o governo federal nomeou, nesta segunda-feira (30), 122 membros das Forças Armadas para cargos no Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
As nomeações, publicadas no Diário Oficial da União (DOU), são assinadas por Leonardo Pinheiro Rua, diretor-adjunto do Departamento de Gestão do GSI, vinculado à Presidência da República. Pela portaria, os militares vão atuar nos cargos de supervisor, assistente, secretário e especialista.
Dos 122 militares nomeados, apenas um integrante foi alocado para o posto de assistente no Escritório de Representação do órgão no Rio de Janeiro — é o caso do sargento João Antônio de Farias Nascimento. Os demais foram lotados no GSI da Presidência da República, em Brasília.
A descrença do presidente fez com que, até o momento, 95 membros das Forças Armadas, lotados no GSI e em outros órgãos da Presidência da República, fossem dispensados.
As nomeações ocorrem após declarações que demonstram desconfiança de Lula em relação aos militares. Durante um café da manhã com jornalistas, o presidente disse que contratou pessoas em quem confia para os cargos de ajudantes de ordem, posto que era ocupado por militares no governo anterior.
Na sequência, o presidente afirmou estar convencido de que alguém facilitou a entrada de extremistas durante a invasão, em 8 de janeiro, das sedes dos Três Poderes, em Brasília. "Teve muita gente conivente, muita gente da PM conivente, muita gente das Forças Armadas conivente", disse Lula.
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Na ocasião, extremistas que não aceitam o resultado da eleição de 2022 invadiram as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento, cerca de 1.500 pessoas foram presas pelos atos antidemocráticos. Diante do cenário, o presidente decretou intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal até 31 de janeiro. O escolhido como interventor foi Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça.