Grupo que furtou combustível de duto da Petrobras no DF é condenado a até 12 anos de prisão
Segundo o MP, ação causou um prejuízo de R$ 780 mil à estatal e prejudicou o abastecimento no aeroporto de Brasília
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou três pessoas que participaram do furto de combustível de um duto da Petrobras localizado em Ceilândia, no Distrito Federal(veja imagens abaixo). Segundo o Ministério Público do Distrito Federal, a ação prejudicou o abastecimento de combustível na região do aeroporto de Brasília, gerou riscos de explosão no duto e causou prejuízo de R$ 780 mil à estatal.
A sentença de dois dos acusados foi de mais de 12 anos de prisão, a do terceiro, de 9. Eles foram condenados por associação criminosa e furto qualificado. Os promotores explicaram que o grupo alugou um galpão às margens da DF-180 próximo ao duto subterrâneo para praticar o crime. Eles soldaram uma válvula na tubulação e desviavam o combustível com uma mangueira de alta pressão.
"É necessário conhecimento técnico específico para fazer isso, pois se trata de rompimento de uma parede de aço carbono com uma pressão altíssima, com risco de explosão, incêndio e impacto considerável ao meio ambiente", de acordo com a sentença.
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Confira as penas
- José Cláudio de Sousa - 12 anos, 7 meses e 25 dias de prisão e pagamento de 52 dias-multa;
- Enézio Sandro Rodrigues dos Santos - 12 anos, 2 meses e 21 dias de prisão e pagamentos de 51 dias-multa;
- Luciano Félix Pereira - 9 anos, 1 mês e 18 dias e pagamento de 39 dias-multa.
O dia-multa é um valor determinado pelo juiz que deve ser pago ao Fundo Penitenciário Nacional. A Promotoria recorreu da sentença pedindo que o grupo pague uma reparação de danos para a estatal. O R7 tenta contato com a defesa dos réus.
Entenda o caso
O esquema foi descoberto no dia 10 de janeiro de 2023. De acordo com as investigações, durante pelo menos 20 dias, a quadrilha perfurou e furtou combustível de um oleoduto que liga São Paulo a Brasília e é responsável por abastecer o aeroporto da capital federal.
No início de dezembro de 2022, técnicos da Petrobras detectaram uma queda na pressão na tubulação do oleoduto. O problema começou a se repetir com mais frequência durante a primeira semana de 2023, em horários específicos, quando então repentinamente cessava.
Qualquer despressurização nas estruturas gera um alerta aos sistemas da estatal. Um levantamento de inteligência conseguiu detectar o exato local do problema, o que levou aos criminosos.