Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

ICMBio recruta voluntários para mutirão de recuperação de áreas queimadas do Parque Nacional

Incêndio em setembro atingiu 1.473 hectares

Brasília|Do R7

Mutirão acontece na manhã de segunda Tony Winston/Agência Brasília - Arquivo

O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) selecionará 30 voluntários para participar de um mutirão de recuperação de áreas queimadas do Parque Nacional de Brasília. Em setembro, um incêndio de grandes proporções atingiu 1.473 hectares da área.

LEIA TAMBÉM

O mutirão será realizado na segunda-feira (21) na parte da manhã, de 8h às 12h e os participantes farão a semeadura de ervas e arbustos. Esse processo faz parte do protocolo seguido para a recuperação de áreas de preservação federais atingidas por incêndios. Ele é dividido em quatro etapas: protocolo de resgate de fauna; limpeza da área; recuperação da área; e proteção e preservação.

Os voluntários devem usar calçado fechado, calça, camisa de manga longa e chapéu ou boné. Além disso, devem levar água e lanche individual. O ponto de encontro é no Centro de Visitantes do Parque Nacional. Os interessados podem se inscrever no site do ICMBIO.

Resgate de animais

O protocolo de resgate da fauna local consiste em que equipes procurando por animais feridos para efetuar o resgate. A coordenadora do PPCIF (Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais) da Sema (Secretaria do Meio Ambiente), Carolina Schubart, explica que além do resgate, essa fase também inclui a distribuição de alimentos e de água como incentivo para que os animais que fugiram voltem para a área.


As equipes realizam tratamentos emergenciais no local e, em caso de ferimentos sérios, eles são recolhidos para tratamento. “O animal só vai ser resgatado se ele estiver em condições extremas que coloque em riscos a existência dele. Mas se ele tem condição de continuar ali, a gente não faz a contenção”, explica.

Os animais resgatados são levados para o HFAUS (Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre) do Ibram (Instituto Brasília Ambiental), Zoológico de Brasília, Hospital Veterinário da UnB (Universidade de Brasília) ou para o Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres) do Ibama.


Limpeza

Após o resgate dos animais feridos inicia-se a limpeza da área atingida, com retirada de madeiras caídas, troncos queimados e outros restos da queimada. Árvores podres e com potencial de queda também são retiradas.

Recuperação

A fase seguinte é a de recuperação da área, começando com um levantamento dos danos efetivos. São feitas análises do solo, para determinar a perda de nutrientes, e da vegetação sobrevivente. “É feito todo um estudo de como vamos recuperar, qual é a melhor forma de recuperar”, explica a coordenadora.


Para as plantas, dois processos são usados: plantio de mudas ou semeadura de espécies locais. Schubart explica que, apesar das mudas serem um processo mais rápido, elas são mais caras. Além disso, sementes plantadas que crescem no terreno tendem a chegar mais perto da vegetação original da área.

“O ideal é que a gente consiga recuperar a área ao estágio mais próximo do que ela tinha na sua composição original, o que é muito difícil. A gente sabe que algumas espécies nativas em algumas áreas viviam há anos ali. Para a gente conseguir chegar no estado original, é muito difícil”, detalha.

“A recuperação é a fase mais difícil e mais demorada, pode durar anos. Dependendo da vegetação que é perdida, não tem mais como recuperar”, lamenta.

Proteção e prevenção

Depois da recuperação, vem a proteção da área. Schubart explica que essa fase é composta por um combo de ações que inclui cursos de capacitação para pessoas locais, campanhas de conscientização e a aplicação de aceiros — faixas de terreno sem vegetação que funcionam como barreiras contra a propagação de fogo.

Existem algumas ações preventivas que podem ser feitas na fase de proteção, como contratação de brigadistas e compra de equipamentos e ferramentas.

A coordenadora afirma que “uma área que sofreu com incêndio já é uma área fragilizada” e por isso a recuperação não é fácil. “As pessoas falam que o Cerrado é resiliente, que é um bioma em que as árvores e vegetação é própria para aguentar o incêndio, mas depende. Se for sempre, todo ano naquele mesmo local, aí não tem árvore do Cerrado que aguente”, explica.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.