Indígena e suspeito de financiar acampamentos extremistas depõem na CPI do DF nesta quinta
Serere Xavante e Armando Valentim de Andrade são investigados por envolvimentos nos atos de 12/12 e 8/1, respectivamente
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília
O indígena José Acácio Serere Xavante, que ficou conhecido após os atos de 12 de dezembro de 2022, e Armando Valentim Settin Lopes de Andrade, apontado como um dos financiadores dos acampamentos extremistas em Brasília vão prestar depoimento nesta quinta-feira (31) na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Para poder ouvir os dois, a comissão vai começar uma hora mais cedo, às 9h.
Serere foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a prestar depoimento e pode ficar em silêncio, se preferir. O indígena está preso desde dezembro por suspeita de condutas ilícitas em atos de vandalismo.
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A prisão dele foi o que motivou a tentativa de invasão pelos integrantes do acampamento em frente ao quartel-general do Exército na Polícia Federal. Essa investida resultou em confronto com a polícia e em diversos ônibus e carros queimados, mas ninguém foi preso.
Valentim foi um dos presos no 8 de Janeiro. O delegado Leonardo de Castro Cardoso, responsável pelas investigações sobre os atentados, depôs na CPI no dia 17 e afirmou que Valentim teria confirmado em depoimento que havia participado dos atos, invadido o STF e o Congresso Nacional e frequentado os acampamentos por 40 dias antes dos atos extremistas. Ele teria participado de reuniões dos organizadores e ganhado a confiança dos líderes.
Enquanto estava no acampamento, o suspeito de financiar os acampamentos extremistas teria ouvido conversas relacionadas à colocação de explosivos ou atear fogo em veículos e prédios públicos em algumas regiões consideradas estratégicas para provocação do caos. Um dos planos seria o de colocar explosivos na Rodoviária do Plano Piloto.
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Na última quinta (24), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro Mauro Cid prestou depoimento a CPI e escolheu não responder às perguntas dos deputados. Ele afirmou que faria o "uso constitucional do silêncio" e apenas respondeu sobre a idade dele.