Justiça solta ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do DF suspeito de duplo homicídio
Valério Neves teria mandado matar dois trabalhadores de uma fazenda vizinha a dele em Cavalcante (GO), a 310km de Brasília
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

O ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) Valério Neves foi solto da cadeia após uma decisão judicial. Ele estava preso desde 12 de julho por ser suspeito de um duplo homicídio no município de Cavalcante (GO). A decisão da soltura foi expedida pela Justiça de Goiás.
Neves é suspeito de ser o mandante de um crime ocorreu em fevereiro de 2020. Ele alega que é inocente. De acordo com a defesa do ex-secretário-geral, o juiz reconheceu que os fatos são muito anteriores ao decreto da prisão e concedeu o habeas corpus nessa terça-feira (2).
As vítimas são dois trabalhadores rurais de uma fazenda vizinha à de Neves. O motivo dos assassinatos seria um desentendimento sobre a colocação de uma cerca para dividir as duas propriedades.
O ex-secretário-geral teria ficado de contratar os empregados da vizinha para fazer sua parte do serviço, mas ficado insatisfeito com o acordo. Segundo o delegado responsável pelo caso, Adriano Cardoso, da Polícia Civil de Goiás, o suspeito passou a achar que a cerca tinha sido colocada em um local errado.
Dois homens teriam cumprido a ordem de Neves para assassinar os trabalhadores. Um deles seria o gerente da fazenda do suposto mandante. Segundo o delegado, eles usaram uma motocicleta que, depois, foi encontrada na propriedade do ex-secretário-geral da CLDF. Os assassinos teriam disparado mais de 10 vezes contra as vítimas.
Depois o gerente ainda teria ido à fazenda avisar a Neves que o assassinato havia sido feito. Além disso, o crime aconteceu por volta de 12h, mas o gerente só teria procurado a patroa das vítimas para avisá-la no fim da tarde.
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Segundo a polícia, Valério Neves já respondia a um processo por homicídio e alegou que temia ser apontado como suspeito se procurasse a mulher imediatamente. O homem ainda insistiu em levar a mulher para ver os corpos. O delegado acredita que ele também pretendia matá-la.
No dia da prisão, 12 de julho, o delegado pediu à esposa de Valério que deixasse os agentes entrar na casa. Inicialmente, a mulher negou que o marido estivesse na residência.
"Fizemos as buscas dentro da casa, porque tínhamos conhecimento de que ele estava lá dentro. Estávamos vigiando os passos do suspeito", afirmou o delegado. Neves tentou se esconder no sótão e disse aos policiais que estava lá porque não queria se expor.