Lula lança quarta missão de programa de industrialização, com foco no agro, nesta terça
No total, Nova Indústria Brasil tem seis eixos; etapa apresentada prioriza ‘cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais’
Brasília|Do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lança nesta terça-feira (3) mais uma missão do programa Nova Indústria Brasil, política de neoindustrialização que prevê impulsionar o desenvolvimento nacional até 2033. A política, composta por seis etapas, é uma das principais bandeiras do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que também estará na cerimônia. A missão a ser apresentada tem como tema “Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética” e é a quarta a ser lançada pelo governo federal.
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Além de Lula e Alckmin, os ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) participam do anúncio, que será no Palácio do Planalto.
Essa missão tem quatro metas e seis desafios. A etapa engloba incentivos ao campo e à agricultura familiar, com compra de equipamentos e priorização do desenvolvimento sustentável. Confira:
Metas
- Aumentar, de 23% para 50%, a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário;
- Ampliar, de 18% para 70%, a mecanização dos estabelecimentos de agricultura familiar;
- Suprir pelo menos 95% do mercado de máquinas e equipamentos para a agricultura familiar com produção nacional; e
- Garantir a sustentabilidade ambiental na agroindústria.
Desafios
- Aumento da produtividade no campo;
- Aumento do valor agregado da produção agrícola brasileira;
- Alinhamento das políticas industrial e de comércio exterior;
- Mecanização da agricultura familiar;
- Aumento do uso de bioinsumos para a produção de alimentos e na agropecuária; e
- Desenvolvimento de máquinas, equipamentos e insumos nacionais para reduzir risco de variações de oferta internacional.
A missão compreende, também, três ações prioritárias — equipamentos para agricultura de precisão, máquinas agrícolas para a grande produção e para a agricultura familiar e biofertilizantes.
Há, ainda, ações focadas em prioridades de financiamento, com recursos reembolsáveis e não reembolsáveis. O programa também prevê regulação do ambiente de negócios, expansão do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), reajuste nos valores do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e estratégia nacional para o desenvolvimento da agroindústria sustentável.
Nova Indústria Brasil
A política industrial foi lançada pelo Executivo no início deste ano. O plano de ação conta com R$ 405,7 bilhões de recursos públicos. Até o momento, o setor privado anunciou R$ 1,83 trilhão para as medidas.
O programa prevê linhas de crédito especiais, recursos não reembolsáveis, ações regulatórias e de propriedade intelectual, obras e compras públicas. Coordenado por Alckmin, o programa é um compromisso do governo com a “nova indústria inovadora, sustentável, com descarbonização, exportadora e competitiva”.
Os recursos para a Nova Indústria Brasil vão ser fornecidos via linhas de crédito mais subvenção, além de verbas de outros programas da gestão federal.
Os R$ 1,83 trilhão anunciado pelo setor privado serão divididos entre agroindústria (R$ 296,3 bilhões); construção (R$ 1,06 trilhão); tecnologia da informação e comunicação (R$ 100,7 bilhões); automotivo (R$ 130 bilhões); alimentos (R$ 120 bilhões); aço (R$ 100 bilhões); papel e celulose (R$ 105 bilhões); e saúde (R$ 39 bilhões).