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Lula viaja para o Uruguai e deve ser questionado por se opor à abertura comercial de país vizinho

Uruguai busca acordo de livre-comércio com a China; países do Mercosul criticam negociação por temor de prejuízos ao bloco 

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cúpula de países latino-americanos e caribenhos
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cúpula de países latino-americanos e caribenhos O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cúpula de países latino-americanos e caribenhos

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), viaja nesta quarta-feira (25) para o Uruguai. Está previsto um encontro dele com o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, e um dos assuntos que serão discutidos pelos dois governantes é a intenção de o país vizinho firmar um tratado de livre-comércio com a China.

As negociações entre uruguaios e chineses tiveram início em 2021, e a possibilidade de o Uruguai ter uma relação comercial mais estreita com os asiáticos sem a participação de outros países do Mercosul (Argentina, Brasil e Paraguai) tem causado incômodo aos demais membros do bloco.

A avaliação dos pares do Uruguai na América do Sul é de que as relações comerciais do Mercosul podem ficar enfraquecidas caso a China tenha condições mais favoráveis para negociar no continente. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, sempre se mostrou contrário a um eventual tratado entre os dois países. Mais recentemente, com a posse de Lula, o Brasil passou a questionar a viabilidade do acordo com mais ênfase.

Um dos temores de Argentina, Brasil e Paraguai é que o Uruguai possa ter resultados mais positivos por importar produtos fora da Tarifa Externa Comum, um pacote de taxas que é aplicado em produtos e serviços negociados por todos os países do Mercosul.

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Na terça-feira (24), durante entrevista a jornalistas em Buenos Aires (Argentina), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o destino de sucesso da América do Sul passa pelo Mercosul. Questionado sobre o acordo entre Uruguai e China poder ser compatível ao bloco sul-americano, ele respondeu que vai avaliar isso durante o encontro com Lacalle Pou.

Lacalle Pou defende um Uruguai aberto para o mundo

O presidente uruguaio, no entanto, defendeu a expansão das relações comerciais do seu país e afirmou que uma possível abertura para a China não significaria o fim do Mercosul. Além disso, ele convidou os demais pares a participarem da negociação. Segundo Lacalle Pou, "se for com o Mercosul, é melhor".

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"Todo mundo sabe da força que Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina podem ter juntos e, se não for assim, o que fizemos até o momento é avançar em um estudo de factibilidade com a China que teve resultados positivos. Estamos para começar a negociar bilateralmente", afirmou o presidente uruguaio a jornalistas.

Lacalle Pou frisou que o Mercosul "continuasendo vital para o nosso país", mas disse que o Uruguai não pode ser impedido de ampliar os laços comerciais. "O Brasil é nosso segundo parceiro comercial, a Argentina é o quarto, atrás dos Estados Unidos. E queria que fosse mais. O que não se pode exigir é uma coisa ou outra. Nós nunca dizemos 'vamos negociar com a China ou com o Pacífico e abandonar o Mercosul'. Nunca foi essa a questão, pelo contrário”, disse.

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"O Mercosul é a quinta região mais protecionista do planeta. Entendemos as posições de outros países que têm interesses e posições distintas. O Uruguai precisa abrir-se ao mundo. E isso é uma visão deste governo. A gente vem caminhando, e estamos nessa etapa", acrescentou.

De acordo com o presidente uruguaio, "se houver uma proposta melhor de algum dos países do bloco, estamos dispostos a negociar". "Veremos qual é a posição de Lula e qual é a posição do Itamaraty."

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