Ministério da Saúde cria comitê para acompanhar varíola do macaco
Brasil registrou, nesta sexta-feira (29), a primeira morte pela doença; segundo a pasta, óbito ocorreu em Uberlândia (MG)
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O Ministério da Saúde vai instaurar, nesta sexta-feira (29), o Centro de Operação em Emergências para acompanhar a situação epidemiológica e elaborar um plano de vacinação contra a varíola do macaco, conhecida como monkeypox.
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, a vacina a ser adquirida possivelmente será de vírus não replicante. A previsão é que 50 mil doses sejam destinadas ao Brasil, de acordo com a solicitação feita à Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).
Foram convidados a participar do colegiado membros do Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Opas, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e representantes de outras secretarias do ministério, além da própria SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde).
Primeira morte
O Brasil registrou nesta sexta-feira (29) a primeira morte por varíola do macaco fora do continente africano. A vítima é um homem que estava internado em um hospital de Uberlândia (MG). Segundo o Ministério da Saúde, ele tinha imunossupressão.
As informações mais recentes sobre óbitos por varíola do macaco divulgadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) eram de cinco mortes neste ano, todas em países da África, onde a doença é endêmica.
O Brasil registrava, até a última quarta-feira (27), 978 casos da doença, dos quais 744 no estado de São Paulo (75%). Em seguida, aparecem Rio de Janeiro (117) e Minas Gerais (44). No mundo, já há mais de 21 mil casos confirmados. O Brasil é o sexto país com mais diagnósticos, atrás dos Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Reino Unido e França.
É possível a reinfecção da doença? Por ser até então uma doença rara, ainda não é possível saber se há casos de reinfecção ou se as pessoas que já pegaram outros tipos de varíola estão imunes à doença. "Não se sabe se a doença pode ser pega mais de ...
É possível a reinfecção da doença? Por ser até então uma doença rara, ainda não é possível saber se há casos de reinfecção ou se as pessoas que já pegaram outros tipos de varíola estão imunes à doença. "Não se sabe se a doença pode ser pega mais de uma vez. O que se sabe é que a imunidade gerada pela doença ou pela vacinação é uma imunidade protetora e que dura um longo período de tempo. Até porque, se não fosse assim, a varíola não teria sido erradicada", ressalta Giliane Trindade
Anvisa
A Anvisa também decidiu criar um Comitê Técnico da Emergência Monkeypox para que as áreas técnicas de pesquisa clínica, de registro, de boas práticas de fabricação, de farmacovigilância e de terapias avançadas atuem em processo colaborativo, inclusive com os profissionais de saúde e a comunidade científica.
A expectativa é que esse comitê reúna as melhores experiências disponíveis nas autoridades reguladoras, permitindo acelerar o desenvolvimento e as ações que envolvam pesquisas clínicas e autorização de medicamentos e vacinas.






![Vai ser necessário vacinar toda a população?
Por ora, a OMS acredita que a vacinação pode ser localizada e indicada para pessoas próximas às infectadas, como está sendo feito no Reino Unido e nos Estados Unidos. Profissionais de saúde da linha de frente também podem ser beneficiados com o imunizante.
Existe uma vacina contra a varíola do macaco produzida pelo laboratório Bavarian Nordic, na Dinamarca. Além disso, a vacina usada anteriormente poderia ser empregada, mas precisaria passar por atualização. A questão é que não há produção em larga escala de nenhum imunizante.
A epidemiologista Andrea McCollum, do CDC, disse, em entrevista à revista Nature, acreditar que as terapias provavelmente não serão implantadas em grande escala para combater a varíola. Para conter a propagação do vírus, deve ser usado o método chamado vacinação em anel. Aplica-se o imunizante nos contatos próximos de pessoas que foram infectadas para cortar quaisquer rotas de transmissão. “Mesmo em áreas onde a varíola [do macaco] ocorre todos os dias, ainda é uma infecção relativamente rara”, afirmou a especialista](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/QKBWL7J2O5NRJP7OV4WHGB2PPA.jpg?auth=95a13bb0bf102b370ae62f0e354531eb43452a4647e955794466b31465338afc&width=771&height=514)
