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Operação da PF sobre tentativa de golpe identificou seis núcleos de atuação; conheça os integrantes

Ex-presidente Jair Bolsonaro e diversos aliados foram alvo da ação realizada nesta quinta-feira (8) em dez estados

Brasília|Plínio Aguiar e Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

Ex-presidente Jair Bolsonaro durante ação da PF
Ex-presidente Jair Bolsonaro durante ação da PF Ex-presidente Jair Bolsonaro durante ação da PF (Adriano Machado/Reuters)

A Polícia Federal (PF) apontou em relatório que a investigação sobre a tentativa de golpe está relacionada com a atuação de uma suposta organização criminosa com cinco eixos de atuação e seis núcleos. Conheça abaixo a forma de atividade de cada um dos segmentos e seus integrantes. Nesta quinta-feira (8), o órgão realizou uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e diversos aliados.

Os cinco eixos são: ataques virtuais a opositores; ataques às instituições, ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral; tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; ataques às vacinas contra a Covid-19 e às medidas sanitárias na pandemia e uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens.

O último item, da estrutura do Estado, se subdivide em uso de suprimentos de fundos (cartões corporativos) para pagamento de despesas pessoais; inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde para falsificação de cartões de vacina; desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-presidente da República ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito.

De acordo com o relatório da PF, o núcleo 1, de desinformação e ataques ao sistema, tinha como forma de atuação a produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações, das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado. Os integrantes desse núcleo são: Mauro Cesar Barbosa Cid, Anderson Torres, Angelo Martins Denicoli, Fernando Cerimedo, Eder Lindsay Magalhães Balbino, Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques Almeida, Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Tércio Arnaud Tomaz. 

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O núcleo 2, responsável por incitar militares ao golpe, tem como forma de atuação a eleição de alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investigadas golpistas, segundo a PF. Os ataques eram realizados a partir da difusão em múltiplos canais e através de influenciadores em posição de autoridade perante a "audiência" militar. Os integrantes desse núcleo são: Walter Souza Braga Netto, Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, Ailton Gonçalves Moraes Barros, Bernardo Romão Correa Neto e Mauro Cesar Barbosa Cid. 

O núcleo 3, jurídico, tem como forma de atuação o assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado, de acordo com o órgão. Os integrantes desse grupo são: Filipe Garcia Martins Ferreira, Anderson Gustavo Torres, Amauri Feres Saad, José Eduardo de Oliveira Silva e Mauro Cesar Barbosa Cid.

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O núcleo 4, de operação de apoio às ações golpistas, tem como forma de atuação, a partir da coordenação e interlocução com o então ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cesar Cid, a atuação em reuniões de planejamento e execução de medidas no sentido de manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo a mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais em Brasília. Os integrantes desse núcleo são: Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Bernardo Romão Correa Neto, Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliviera, Alex de Araújo Rodrigues e Cleverson Ney Magalhães. 

O núcleo 5, de inteligência paralela, tem como forma de atuação a coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do então presidente na consumação do golpe de Estado. "Monitoramento do itinerário, deslocamento e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da República com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de golpe de Estado", diz a PF. Os integrantes desse núcleo são: Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marcelo Costa Camara e Mauro Cesar Barbosa Cid.

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O núcleo 6 trata de oficiais de alta patente com influência e apoio aos demais grupos e tem como forma de atuação a utilização do cargo que detinha para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do golpe de Estado, ainda segundo a corporação. Os integrantes do grupo são: Walter Souza Braga Netto, Almir Garnier Santos, Mario Fernandes, Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, Laércio Vergílio e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

A reportagem busca contato com os citados. O espaço está aberto para manifestação.

Operação da PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos alvos da operação que a PF (Polícia Federal) faz na manhã desta quinta-feira (8) em dez estados para apurar a participação de pessoas na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de Direito, com o objetivo de obter vantagem política com a manutenção do ex-chefe do Executivo no poder.

O R7 apurou que a PF foi à casa do ex-presidente em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, onde apreendeu o celular de Tércio Arnaud, um dos ex-assessores dele. Os agentes aplicaram outras medidas restritivas a Bolsonaro. Também foi determinada a apreensão do passaporte do ex-presidente. Como o documento não estava na residência, os policiais deram 24 horas para que Bolsonaro entregue o documento.

Entre os alvos, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil), Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). Foram presos o ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República Filipe Martins e o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Marcelo Câmara. 

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