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Oposição acusa governo Lula de omissão em operação no Rio que deixou ao menos 64 mortos

Ação mobilizou 2.500 policiais civis e militares para capturar lideranças criminosas e impedir expansão territorial de facções

Brasília|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A oposição acusa o governo Lula de omissão em relação à megaoperação policial no Rio que resultou em mais de 60 mortes.
  • A operação, que envolveu 2.500 agentes, visava o desmantelamento do Comando Vermelho e enfrentou forte resistência do crime organizado.
  • Criticas ao governo incluem a recusa em enviar apoio das Forças Armadas e a visão do presidente sobre traficantes como "vítimas".
  • A operação foi considerada a mais letal da história do Rio, com 64 mortos, entre eles quatro policiais, e apreensões significativas de armas e drogas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Ação foi realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense JOSE LUCENA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO - 28.10.2025

A liderança da oposição na Câmara dos Deputados divulgou uma nota oficial nesta terça-feira (28) em que acusa o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de omissão diante da megaoperação policial que deixou mais de 60 mortos no Rio de Janeiro.

A ação, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense, mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar e resultou em confrontos intensos desde a madrugada.


Em nota assinada pelo deputado federal Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, os parlamentares classificam o episódio como um “estado de guerra” e dizem que a crise escancara “o tamanho do vácuo de comando e da omissão do governo federal diante da violência que devasta a sociedade brasileira”.

“O Rio de Janeiro amanheceu em guerra. Mesmo com pedido formal do governador Cláudio Castro, o governo Lula negou por três vezes o apoio das Forças Armadas. A tropa foi sozinha — enfrentando drones com bombas, barricadas e um arsenal de guerra em poder do crime organizado”, diz o texto.


O comunicado também critica a postura do presidente ao afirmar que o traficante era “vítima do usuário”, em referência à fala de Lula durante viagem à Ásia.

“Vítima é o policial que tombou em combate. Vítima é o trabalhador que teve o ônibus incendiado. Vítima é o povo honesto, aprisionado pelo medo, abandonado por um governo que não tem coragem de enfrentar o crime”, afirma o documento.


Segundo o governo do Rio, o objetivo da operação era desarticular núcleos estratégicos do Comando Vermelho, facção que controla o tráfico em parte da capital e mantém conexões interestaduais.

Nas redes sociais, outros parlamentares da oposição reforçaram o tom crítico contra o governo federal. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) destacou que a operação foi a maior da história do Rio no combate ao crime organizado e que policiais enfrentaram “milhares de tiros de fuzis, barricadas em chamas e até drones com bombas”.


Ele também criticou a ausência de apoio federal e afirmou que “não há outro caminho para buscar a liberdade de milhões de pessoas que vivem sob a lei paralela desses marginais com tamanho poderio bélico”.

A deputada Chris Tonietto (PL-RJ) chamou atenção para a força armada das facções e pediu “prioridade absoluta à segurança pública”, defendendo a política de tolerância zero com o crime. Segundo ela, a bandidagem “tem armas de última geração e consegue dominar quando e onde quiser”, e a situação tende a piorar caso não haja ação firme do Estado.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que o Rio “amanheceu em guerra” e criticou a postura de Lula, que chamou traficantes de “vítimas”. Para ele, a verdadeira vítima é o cidadão comum, o trabalhador, a mãe que perdeu o filho e o policial que não sabe se voltará vivo para casa.

Ele apontou ainda que decisões do STF proibindo operações em comunidades favoreceram a expansão das facções, e que o momento atual é consequência direta da “covardia institucional e romantização do crime”.

Entenda

A megaoperação da polícia nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (28), deixou 64 mortos, entre eles estão quatro policiais — dois civis e dois do Bope. A ação também prendeu 81 supostos traficantes e apreendeu 75 fuzis e 9 motos. Esta é a ação mais letal da história no estado.

A Operação Contenção, que mobiliza 2.500 policiais civis e militares, busca capturar lideranças criminosas do Rio de Janeiro e de outros estados, além de impedir a expansão territorial da maior facção do estado. Os dois complexos abrigam 26 comunidades.

O agente Marcos Vinícius, da 53ª DP (Mesquita), conhecido como Máskara, e o agente Rodrigo, da 39ª DP (Pavuna), foram atingidos por disparos de arma de fogo e não resistiram aos ferimentos. Além deles, outros nove agentes de segurança e três inocentes foram baleados.

A ação, que também conta com promotores do Ministério Público Estadual, foi iniciada a partir de mais de um ano de investigação e mandados de busca e apreensão e de prisão obtidos pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes).

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