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PF: Braga Netto teve participação concreta para suposto golpe e foi elo de plano para matar Lula

General do Exército e ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro foi preso neste sábado (14) pela PF, no Rio de Janeiro

Brasília|Do R7, em Brasília

General do Exército, Braga Netto foi preso pela PF no Rio neste sábado (14) Alan Santos/PR - 17.02.2018

Preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado (14) no Rio de Janeiro, o general do Exército e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto é suspeito de ter participado tanto do plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes quanto do suposto esquema que tentaria um golpe de Estado, segundo as investigações da PF. Os agentes da corporação concluíram que o ex-integrante do governo de Jair Bolsonaro teve participação concreta em ambas as ações. Ele nega as acusações.

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A defesa de Braga Netto disse que “com a crença na observância do devido processo legal, teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações”.

As informações constam em relatório elaborado pela PF sobre os eventuais crimes. Com as provas colhidas, a corporação indiciou Braga Netto pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

O documento foi liberado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no final de novembro. O general do Exército, segundo a investigação policial, participou de forma “concreta” nos atos relacionados à suposta tentativa de golpe de Estado, sendo que tinha conhecimento e aprovou os planos articulados para impedir a posse do presidente Lula e do vice Geraldo Alckmin.


“Os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a sua participação concreta nos atos relacionados a tentativa de olpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, inclusive na tentativa de embaraçamento e obstrução do presente procedimento”, aponta o relatório da PF, que destaca uma reunião realizada em 12 de novembro de 2022 na casa de Braga Netto, na Asa Sul, em Brasília.

A reunião tinha o objetivo de dar suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário. A PF diz que na ocasião foi discutido o “planejamento operacional para a atuação dos ‘kids pretos’”, que são militares das Forças Armadas de alto desempenho que atuam em ações de grande impacto.


A investigação da PF atribui ao general do Exército envolvimento direto com a ação de kids pretos mobilizados para a chamada “Operação Punhal Verde e Amarelo”, plano apreendido com o general Mário Fernandes e que detalhava a estratégia para os assassinatos de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.

Braga Netto estava envolvido, segundo a PF, no esquema de ataques pessoais a integrantes das Forças Armadas que não estavam dispostos a prosseguirem com o golpe de Estado.


Nesse contexto, o ex-ministro de Bolsonaro determinou a Ailton Barros que direcionasse os ataques ao então comandante do Exército Freire Gomes e Baptista Júnior, e, por outro lado, elogiasse o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, que era a favor da medida antidemocrática.

Na época do indiciamento, Braga Netto negou as acusações. Pelas redes sociais, afirmou nunca se tratar de golpe, “e muito menos de plano de assassinar alguém”. Em nota, a defesa do militar repudiou a criação de “uma tese fantasiosa e absurda”. “A defesa do general Braga Netto acredita que a observância dos ritos do devido processo legal elucidarão a verdade dos fatos”, diz o texto.

O que diz a defesa de Braga Netto

A Defesa técnica do General Walter Souza Braga Netto tomou conhecimento parcial, na manhã de hoje (14/12/2024), da Pet. 13.299-STF.

Registra-se que a Defesa se manifestará nos autos após ter plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão proferida.

Entretanto, com a crença na observância do devido processo legal, teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações.

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