PF desmente boato de que corpos de indigenista e jornalista britânico tenham sido encontrados
Durante buscas, polícia encontrou material orgânico, aparentemente humano, que está sendo analisado
Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
A superintendência regional da Polícia Federal no Amazonas informou neste sábado (11) que não procedem os boatos que circulam nas redes sociais de que foram encontrados os corpos do indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, que foi colaborador do jornal The Guardian. Os dois estão desaparecidos desde o último domingo (5).
O comitê de crise coordenado pela PF que foi formado para apurar o caso informou que, nas últimas 24 horas, a operação "prosseguiu com a busca fluvial e com reconhecimento aéreo na região do rio Itaquaí", o último local em que os dois foram vistos. "O material orgânico, aparentemente humano, bem como os demais vestígios recolhidos durante a operação, já se encontram no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal para análise", diz a nota.
Nesta sexta-feira (10), a PF informou ter encontrado material orgânico próximo a um rio na região do Vale do Javari, no Amazonas. Além disso, os peritos fazem exames de material genético para saber se o DNA do jornalista e o do indigenista são compatíveis com os vestígios de sangue encontrados na lancha do pescador Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, que foi visto seguindo o barco onde estavam os dois homens desaparecidos.
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A PF já coletou materiais genéticos de referência de Dom, em Salvador, e de Bruno, no Recife. "Os materiais coletados serão utilizados na análise comparativa com o sangue encontrado na embarcação. Os órgãos federais e estaduais reforçam o compromisso com a elucidação dos fatos e se empenham para que haja o retorno quanto antes dos senhores Bruno Pereira e Dom Phillips para seus entes queridos", afirmou o órgão, em nota.
Bruno e Dom estão desaparecidos desde o último domingo, depois de terem ido a uma comunidade ribeirinha. Eles deveriam ter chegado na tarde do mesmo dia à cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas, mas, depois de terem entrado no barco que utilizaram, não foram mais vistos.
Na segunda-feira (6), a Coordenação da Organização Indígena (Univaja) informou que os dois estavam desaparecidos havia mais de 24 horas e que faziam o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. Na quinta-feira (9), a Justiça do Amazonas decretou a prisão temporária de Amarildo da Costa de Oliveira por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Bruno e Dom.