PF fará teste de DNA para saber se sangue em lancha é de jornalista ou indigenista
Corporação encontrou vestígios de sangue em barco de pescador suspeito de envolvimento nos desaparecimentos
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
A Polícia Federal (PF) disse nesta sexta-feira (10) que fará exames de material genético para saber se os DNAs do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo são compatíveis com os vestígios de sangue encontrados na lancha do pescador Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, que foi visto seguindo o barco onde estavam os dois homens desaparecidos.
Além disso, a corporação informou que as equipes que atuam nas buscas pelo jornalista e pelo indigenista localizaram material orgânico aparentemente humano no rio Itaquaí, o último local em que os dois foram vistos. O Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal fará uma perícia.
A PF já coletou materiais genéticos de referência de Dom, em Salvador, e de Bruno, no Recife. "Os materiais coletados serão utilizados na análise comparativa com o sangue encontrado na embarcação. Os órgãos federais e estaduais reforçam o compromisso com a elucidação dos fatos e se empenham para que haja o retorno quanto antes dos senhores Bruno Pereira e Dom Phillips para seus entes queridos", afirmou o órgão, em nota.
O pescador dono da lancha foi preso na última quarta-feira (8) devido a suspeita de envolvimento no caso. Com ele, a polícia encontrou munição de uso restrito, chumbinhos e uma substância entorpecente. Pelado negou qualquer relação com o sumiço dos dois homens.
Bruno e Dom estão desaparecidos desde o domingo (5) no entorno da Terra Indígena Vale do Javari. Eles saíram de Atalaia do Norte para visitar a equipe de vigilância indígena do lago do Jaburu na sexta-feira (3) e deveriam ter voltado ao município no domingo pela manhã, o que não aconteceu.
Os dois viajavam em uma embarcação nova, com 70 litros de gasolina — o suficiente para o percurso — e sete tambores vazios de combustível. Por volta das 6h do domingo, eles chegaram à comunidade São Rafael, onde encontrariam uma liderança local. Sem conseguirem falar com o morador, decidiram voltar a Atalaia do Norte, viagem que deveria durar cerca de duas horas. Contudo, não chegaram à cidade.