A Polícia Federal cumpre 25 mandados de busca e apreensão e duas prisões preventivas em uma operação que investiga o uso indevido do sistema de geolocalização de dispositivos móveis, como celulares e tablets, por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)(confira detalhes abaixo). A PF apura se os investigados acessaram informações para uso particular. Os mandados são cumpridos no Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás. Os investigadores explicam que o software utilizado pela Abin é um programa que permite acessar o sistema de rede de telefonia brasileira. A PF encontrou indícios que a rede foi invadida repetidas vezes, com a utilização do serviço — adquirido com recursos públicos — para fins pessoais. Os policiais verificam se dois servidores da agência, que estariam enfrentando um processo administrativo disciplinar e a possibilidade de demissão, teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido da ferramenta de geolocalização como meio de coerção indireta para evitar os desligamentos.• Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Os alvos das prisões preventivas são Eduardo Arthur Izycki e Rodrigo Colli. Os outros envolvidos não tiveram os nomes divulgados. O R7 entrou em contato com a Abin e aguarda o posicionamrento. A reportagem tenta contato com a defesa dos citados. O espaço permanece aberto.Busca e Apreensão - 17 mandados no Distrito Federal; - 1 mandado em Alexânia (GO); - 1 mandado em São Paulo (capital) e 1 em São José dos Campos (SP); - 1 mandado em Curitiba (PR) e 1 em Maringá (PR); - 1 mandado em Florianópolis (SC), 1 em São José (SC) e 1 em Palhoça (SC).Total: 25 mandadosPrisão Preventiva 2 mandados no Distrito FederalAfastamento 5 mandados no Distrito Federal O programa FirstMile, foi comprado por R$ 5,7 milhões da empresa israelense, com dispensa de licitação, no fim do governo Temer, em 2018. A ferramenta permitia o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses, bastando digitar o número da pessoa. Além disso, a aplicação criava históricos de deslocamento e alertas em tempo real da movimentação dos aparelhos cadastrados. Em março deste ano, a Abin afirmou que a tecnologia não está mais em uso de 8 de maio de 2021. "Atualmente, a Agência está em processo de aperfeiçoamento e revisão de seus normativos internos, em consonância com o interesse público e o compromisso com o Estado Democrático de Direito", informou a Abin, em nota da época.