PF toma nesta terça-feira depoimento de Zambelli sobre acusações feitas por hacker
A defesa da deputada federal já pediu diversas vezes o adiamento da oitiva, por não ter tido acesso ao inquérito policial
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
A Polícia Federal (PF) deve tomar nesta terça-feira (14), às 14h, em Brasília, o depoimento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no inquérito sobre a suposta participação dela em um esquema que inseriu dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A informação foi confirmada pela defesa da parlamentar.
Os advogados de Zambelli já pediram diversas vezes o adiamento da oitiva, sob a alegação de não terem tido acesso ao inquérito policial. A deputada e o hacker Walter Delgatti Neto foram alvo de uma operação deflagrada pela PF, em agosto, para apurar a invasão do sistema do CNJ com o objetivo de inserir informações falsas sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Em nota, a assessoria de Zambelli afirma que a corporação já concluiu que as transferências, que totalizaram R$ 10,5 mil, foram feitas para pagar garrafas de uísque. Além disso, a equipe diz que a corporação não encontrou indícios de que a parlamentar soubesse dos ataques ao sistema do CNJ, nem mesmo sobre as transações entre o então assessor dela e Delgatti Neto.
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"Desde o início das investigações, as acusações de Walter foram destacadas com legitimidade, sem um ponto de vista crítico sobre seu comportamento e declarações", diz a nota.
Delgatti ficou conhecido pelo episódio da "Vaza Jato", quando invadiu telefones de autoridades envolvidas com a Operação Lava Jato e publicou conversas entre integrantes da força-tarefa. Em depoimento à PF, ele disse que Zambelli o teria contratado para fraudar as urnas eletrônicas e inserir um mandado de prisão contra Moraes no sistema do CNJ. Para isso, ele teria recebido R$ 13 mil, pagos por assessores da deputada.
No mesmo dia da operação da PF, Zambelli convocou jornalistas para uma entrevista coletiva na Câmara dos Deputados. Ela negou que tivesse contratado o hacker para fazer trabalhos criminosos e afirmou que os pagamentos feitos a Delgatti se referiam a serviços para o site dela.
Ainda segundo a deputada, as remunerações referentes ao trabalho somam R$ 3.000, que saíram de contas pessoais.