Relatório do Orçamento deixa de lado reajuste a policiais
Texto final não menciona os R$ 2,86 bilhões que o presidente Bolsonaro pediu para recomposição salarial dos policiais federais
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O pedido do presidente Jair Bolsonaro para incluir uma previsão de reajuste a policiais federais no Orçamento 2022 foi ignorado pelo relator da matéria, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ). A versão atualizada do texto foi apresentada nesta segunda-feira (20).
A matéria estava prevista para ser votada hoje pela manhã na CMO (Comissão Mista de Orçamento) e, no período da tarde, em plenário, mas foi adiada por falta de consenso entre os parlamentares. Com isso, a votação deve acontecer nesta terça-feira (21).
O pedido de reajuste havia sido encaminhado ao Congresso na semana passada. O presidente enviou um ofício aos parlamentares pedindo R$ 2,86 bilhões no Orçamento para reajustar o salário de policiais federais. No entanto, o relatório não menciona esse valor.
A recomposição salarial dos policiais sempre foi uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro (PL), que fala em conceder um reajuste às forças de segurança federais desde o primeiro ano de mandato.
Auxílio Brasil e salário mínimo
O relatório final do Orçamento prevê R$ 89,9 bilhões para o Auxílio Brasil, programa social que substituiu o Bolsa Família, no ano que vem. O parlamentar também incorpora uma abertura de R$ 113,1 bilhões no teto de gastos com a PEC dos Precatórios, promulgada na semana passada.
O texto prevê também o aumento do salário mínimo em 2022. De acordo com o relator, a remuneração básica passará de R$ 1.100 para R$ 1.210,00 no próximo ano. O valor é R$ 41,00 maior que os R$ 1.169,00 considerados inicialmente pelo governo no relatório apresentado em agosto.
O valor previsto no relatório leva em consideração um aumento de 10,04% do (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) em 2021, indicador da inflação usado como referência para o reajuste do salário mínimo.