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Senado vai chamar governadores para debater reforma tributária na próxima semana

O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a sessão especial de debates deve acontecer na próxima quinta (24)

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Pacheco quer debater reforma com governadores
Pacheco quer debater reforma com governadores

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que vai reunir os governadores de todos os estados e do Distrito Federal em uma sessão especial para debater a proposta de reforma tributária. O encontro deve acontecer na próxima quinta-feira (24). "Será muito boa a participação de todos os governadores, para que possamos elaborar a melhor reforma tributária possível para o país e, evidentemente, o Senado Federal, como Casa da Federação, tem a obrigação de ouvir e permitir que sejam ouvidos todos", afirmou Pacheco durante uma sessão nesta quinta-feira (17). 

A discussão da reforma tributária no Congresso aqueceu o debate político e acirrou discursos separatistas de governadores e parlamentares nos últimos dias. Os estados e o DF disputam a forma final do Conselho Federativo — que será responsável pela distribuição do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) — e também o modelo de divisão de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR).

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No início do mês, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que os governantes do Sul e do Sudeste querem mais "protagonismo" na política e na economia e devem agir em bloco para evitar perdas econômicas em comparação às outras regiões.

"Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar o Conselho Federativo com um voto por estado. Nós falamos: 'Não, senhor'. Nós queremos proporcional à população. Porque sete estados em 27 — aprovaríamos o quê? Nada. O Norte e o Nordeste é que mandariam. Aí nós falamos que não. Pode ter o conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente", afirmou Zema.


Inicialmente, todos os estados e o DF teriam o mesmo peso nas decisões do Conselho Federativo. No entanto, por pressão das bancadas do Sul e do Sudeste, o relator na Câmara, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), mudou o texto.

O critério para as decisões passou a obedecer a dois princípios: o número de estados e o peso populacional. Com isso, as medidas só serão aprovadas se o voto da maioria dos representantes corresponder a mais de 60% da população do país.


O relator da proposta no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), já deu sinais de que deve rever o funcionamento do Conselho Federativo. "Não será 'nós contra eles', mas também não vamos aceitar que eles estejam contra nós, para nos deixar na pobreza, à míngua, morrendo de fome, tendo um país rico e um país pobre", disse.

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Braga defendeu, em vez da proposta que prevê que as decisões tenham aval do grupo de estados com 60% da população, o aumento desse percentual para 80%, o que incluiria estados de outras regiões no peso decisório.

"Para ter poder de veto, tem de ter a representação de 80% da população brasileira. Aí ninguém vai poder excluir o Nordeste, excluir o Norte, excluir as pequenas cidades. Se é para incluir a população, vamos incluir a população de verdade. Senão, vamos ter o critério da paridade puro e simples", argumentou o senador.

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