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Suspeito de assédio sexual, Pedro Guimarães diz ter vida 'pautada pela ética'

Presidente da Caixa participou de evento na manhã desta segunda e agradeceu à mulher, que estava na plateia, pelo apoio

Brasília|Do R7, em Brasília

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em evento do banco nesta quarta (29)
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em evento do banco nesta quarta (29)

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, participou na manhã desta quarta-feira (29), em Brasília, do anúncio da estratégia do banco para o Plano Safra de 2023. Foi a primeira aparição pública após a divulgação de que ele é investigado por suposto assédio sexual a funcionárias da Caixa.

Em sua apresentação, Guimarães agradeceu à mulher, Manuella Guimarães, que estava na plateia, pela presença, e aos funcionários do banco. "Tenho muito orgulho do trabalho de todos vocês e da maneira como sempre me pautei em toda a minha vida. Quero agradecer a presença de todos vocês, da minha esposa. São quase 20 anos juntos, dois filhos e uma vida inteira pautada pela ética."

A investigação sobre o presidente da Caixa está sob sigilo no Ministério Público Federal do Distrito Federal. Pessoas ligadas ao governo ouvidas pelo R7 dão como certa a demissão dele por causa das denúncias. Quem deve assumir o cargo é a secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques.

A investigação

O MPF (Ministério Público Federal) abriu uma investigação sobre o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, após ele ser alvo de denúncias de assédio sexual. As acusações foram reveladas pelo portal Metrópoles. De acordo com a apuração, os casos teriam ocorrido com empregadas do próprio banco. Em entrevista ao site, as mulheres relataram que se sentiram abusadas pelo economista em diferentes ocasiões, sempre em eventos ou viagens de trabalho.


Há denúncias de aproximação física e toques indesejados. As investidas teriam ocorrido durante viagens realizadas por Pedro Guimarães e funcionários do banco, especialmente em ações do Caixa Mais Brasil, programa criado pelo executivo para dar visibilidade à Caixa em todo o país.

Fontes ouvidas pelo R7 no MPF confirmaram a investigação e afirmaram que as diligências estão sendo feitas sob sigilo na Procuradoria da República no Distrito Federal, já que o economista não tem foro privilegiado.


Quem é Pedro Guimarães

O economista carioca Pedro Guimarães tem 51 anos e assumiu a presidência da Caixa Econômica Federal em 3 de janeiro de 2019, sucedendo Nelson de Souza. Como presidente da Caixa, Guimarães também comanda o conselho administrativo do banco e o conselho administrativo do cartão Elo. Antes disso, ele já havia sido sócio em duas instituições do setor bancário: a BTG Pactual - banco de investimentos fundado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes - e o Banco Plural.

Guimarães se formou em Economia em 1992 pela PUC do Rio de Janeiro, fez mestrado em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e doutorado pela Universidade de Rochester, em Nova York, onde apresentou uma tese sobre privatizações no setor financeiro.


Leia também: Funcionárias da Caixa protestam contra Pedro Guimarães em Brasília

Guimarães acumula episódios polêmicos na carreira, começando por suas relações familiares, ele é genro de Léo Pinheiro, da empreiteira OAS. Pinheiro foi o delator do "caso triplex", que levou à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele também já foi acusado de assédio moral, inclusive com a divulgação de vídeos em que constrange funcionários da Caixa e os obriga a fazer flexão.

Na época, o Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal notificou Guimarães e recomendou que o presidente da instituição não submetesse os colaboradores a ‘situações de constrangimento no trabalho’ sob pena de abertura de um procedimento investigatório e adoção de medidas para correção da conduta, sem embargo de responsabilizações civil, criminal e administrativa.

Em outro episódio polêmico recente, em dezembro de 2020, o economista ficou em evidência por comentar que não sabia que há pessoas morando em lixões no Brasil. E, em março deste ano, Guimarães assinou acordos de R$ 24 mil com duas ex-empregadas domésticas que o acusaram de não pagar direitos trabalhistas.

O presidente da Caixa chegou a cogitar a possibilidade de concorrer às eleições, mas a ideia acabou perdendo força. Ele também sempre foi lembrado como possível substituto de Paulo Guedes no Ministério da Economia, quem o indicou para a presidência do banco.

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