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Bancos vão precisar devolver R$ 84 bi ao Tesouro Nacional

Regra se aplica aos três estabelecimentos públicos — Caixa, Banco do Brasil e BNDES. Valores foram emprestados aos bancos em forma de dívida especial

Economia|

Dinheiro teria sido emprestado como dívida especial
Dinheiro teria sido emprestado como dívida especial Dinheiro teria sido emprestado como dívida especial

Os três bancos públicos terão de devolver aos caixas do Tesouro Nacional R$ 84 bilhões durante o mandato de Jair Bolsonaro. O plano de Paulo Guedes, no entanto, vai depender do sucesso da venda da participação das subsidiárias e de não comprometer regras bancárias que se tornarão mais rigorosas a partir deste ano.

Esses R$ 84 bilhões foram emprestados aos bancos em forma de "instrumento híbrido de capital e dívida" e são classificados como dívida especial, pois os recursos são incorporados ao patrimônio dos bancos, o que eleva a capacidade deles para conceder novos empréstimos.

Só nesse tipo de dívida, o BNDES tem R$ 35,5 bilhões para devolver ao Tesouro. O banco de desenvolvimento também negocia o pagamento de outra dívida, bem maior, das injeções feitas nos últimos anos por outros instrumentos. Só em 2019, o pagamento será de R$ 100 bilhões.

Pedro Guimarães, da Caixa, afirmou que o banco pretende abrir o capital de subsidiárias da instituição para pagar R$ 40 bilhões da dívida ao Tesouro. Entre as áreas que podem ter a participação do banco estatal reduzida estão cartões, seguros, administração de recursos de terceiros e loterias. A Caixa é uma empresa de capital fechado (sem ações na Bolsa) controlada 100% pela União - o BB é uma empresa de economia com capital público e privado. Ou seja, Guimarães quer abrir o capital dessas empresas para levantar recursos e quitar a dívida com o Tesouro.

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No entanto, o sucesso não é garantido. Desde 2015, dois governos diferentes — Dilma Rousseff e Michel Temer — tentaram abrir o capital da Caixa Seguradora, mas a iniciativa não foi para frente. Guimarães, no entanto, prometeu fazer duas operações, talvez três, ainda este ano.

Já Rubem Novaes, do BB, afirmou que a devolução de R$ 8,1 bilhões do BB ao Tesouro só será feita se o banco não ficar desenquadrado nas regras internacionais que regulam a relação entre capital e os recursos emprestados. A norma batizada de Basileia 3, criada após a crise financeira global de 2008, aumentou gradativamente a participação do capital genuinamente próprio que os bancos são obrigados a ter para fazer frente aos riscos.

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"Essa questão precisa ser olhada. Ainda não tive tempo de verificar se o banco possui uma folga (de capital) nessa questão. Não há dúvida de que essa devolução seria vantajosa para a União, mas isso só irá acontecer se não comprometer a capacidade do banco", disse.

Novaes afirmou que as áreas de administração de fundos, meios de pagamento, seguridade, crédito a famílias e a pequenas e médias empresas são rentáveis, são "joias da cora" e, portanto, devem ser preservadas com a abertura de capital ou formação de parcerias.

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