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Vendas no comércio crescem 0,7%, após três meses de estabilidade

Variação mensal foi guiada pelo segmento de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, mostra IBGE

Economia|Do R7

Queda da inflação ajuda o setor de supermercados
Queda da inflação ajuda o setor de supermercados

Após encerrar o primeiro semestre com alta de 1,3%, o volume de vendas no comércio brasileiro cresceu 0,7% em julho na comparação com o mês anterior (+0,1%), mostram dados revelados nesta sexta-feira (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A alta surge após três meses com o setor próximo de zero, explica Cristiano Santos, gerente responsável pela PMC (Pesquisa Mensal de Comércio). “[A variação de julho] assemelha-se à de março, em termos de patamar, pegando esse cenário de estabilidade, mas ainda não é o caso de um crescimento pronunciável”, ressalta ele.

Com o resultado positivo, o volume de vendas registra um aumento de 0,1% no trimestre finalizado em julho, ante recuo de 0,2% verificado entre abril e junho. Mesmo com as altas, o comércio varejista aparece em nível 2,2% abaixo do recorde da série histórica, apurado em outubro de 2020.

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No acumulado dos últimos 12 meses, o volume de vendas no comércio tem expansão de 1,6%. Já em relação ao mesmo período do ano passado, apresenta alta de 2,4%, o segundo crescimento consecutivo nessa comparação.


Atividades

Na passagem de junho para julho, quatro atividades tiveram alta. O destaque mensal ficou por conta do ramo de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com expansão de 11,7%. A atividade apresenta a maior volatividade no ano de 2023, com resultados de grande amplitude, tanto no campo negativo quanto no positivo.

O dólar e mudanças na política de importação ajudam a explicar a alta deste mês, afirma Cristiano Santos. “Houve algumas mudanças na questão da tributação das importações, que acabam oferecendo um ímpeto maior na variação dessa atividade”, diz o pesquisador.


A segunda maior alta partiu do setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que apresentou expansão de 8,4% na passagem de junho para julho. Santos explica que a área vem de um comportamento negativo nos últimos meses, influenciado pela crise contábil de grandes cadeias.

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“A alta vem muito por conta de base de comparação baixa, mas também houve promoções pontuais. Algumas grandes lojas realizaram uma espécie de antecipação de Black Friday. Embora tenha sido algo bastante específico, focado, e não tenha atingido a atividade como um todo, foi suficiente para uma virada de trajetória”, afirma ele.

Já o segmento de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que representa mais de 45% da pesquisa, também apresentou alta, de 0,3%. Embora próxima de zero, essa expansão, somada à alta do mês anterior, faz o setor de alimentos chegar ao crescimento de 1,7% no bimestre, após queda em maio.

Segundo Santos, esse resultado é influenciado por uma pressão menor da inflação, atuando no aumento da receita das empresas. “Uma vez que diminuiu a pressão dos preços dos alimentos, a demanda tem margem para crescimento”, avalia. Outro setor que fechou julho no campo positivo foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,1%).

Já pelo lado das quedas, as atividades em destaque foram tecidos, vestuário e calçados (-2,7%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-2,6%). A primeira vem acumulando forte queda nos últimos meses, ligada à crise contábil das grandes cadeias varejistas. Já a segunda, que vem de trajetória de recuperação em 2023, recua muito por conta da base alta de comparação. Móveis e eletrodomésticos (-0,9%) e combustíveis e lubrificantes (-0,1%) fecham as variações negativas do mês.

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