Paulo Henrique Costa, presidente do banco BRB, não esconde um leve sorriso de dever cumprido. Afinal, ele se tornou responsável por um verdadeiro terremoto no mercado financeiro ao anunciar a compra de 58% do capital total do banco Master, na semana passada.“Tranquilo, sempre tranquilo”, garante. Segundo ele, há vários motivos para essa calma diante de um negócio de R$ 2 bilhões. Costa afirma que o sentimento de tranquilidade vem por causa do trabalho feito para fechar o negócio, por ter ouvido muitas opiniões e por envolver toda equipe do banco.Costa esteve na sede da RECORD em Brasília para gravar o JR ENTREVISTA, que foi ao ar na noite de quinta-feira (3).Segundo ele, também não existe razão para se preocupar agora, uma vez que a proposta aconteceu como planejado, e os trâmites daqui para a frente dependem de outros órgãos, como o Banco Central, que tem 360 dias para autorizar a negociação.“É importante a gente lembrar que ainda está pendente a conclusão das auditorias, de um conjunto de condições que estão previstas em contrato e das aprovações dos órgãos reguladores”, aponta Costa.O presidente do BRB tem um olhar realista sobre a compra do Master, mas nos bastidores se sabe que ele trabalha muito para se defender de críticas em relação ao negócio. A fogueira de vaidades da Faria Lima, o centro financeiro do país, é um dos lados a ser enfrentado.O mercado sabia que a transação estava sendo feita. Mesmo assim, se mostrou “surpreso” ao ver que um banco nascido em Brasília teve a ousadia de um negócio de tal tamanho. A instituição financeira brasiliense fez a proposta para adquirir 49% das ações ordinárias (com direito a voto), 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Master.Na própria capital federal, parte da classe política apontou as armas para o que muitos chamam de “negócio mal explicado”. Pessoas em torno de Paulo Henrique Costa dizem que o esforço dele é para mostrar a transparência da compra. E provar que vai ser bom para o Distrito Federal “o filho sair de casa” e crescer nacionalmente.“Essa é uma decisão histórica que transforma o BRB, traz mais segurança, mais confiança e bons negócios para os clientes, para sociedade e oportunidades de trabalho a todos que vão participar desse ciclo de crescimento”, argumenta Costa. A decisão da compra, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Administração do BRB, tem o objetivo de fortalecer a atuação conjunta no mercado. O banco tem 8,9 milhões de clientes, R$ 61 bilhões em ativos e atuação em 20 estados.“Este é um momento muito especial paro BRB. Eu acho que todos nós trabalhamos muitos anos para que a gente pudesse ter um espaço para competir de igual para igual, de entrar em outros segmentos e se tornar realmente um banco maior”, completa Costa, citando a diretoria e os funcionários do banco. “É um sentimento de orgulho, é um sentimento de dever cumprido”.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp