Muitos moradores de Porto Rico enfrentaram um segundo dia sem eletricidade nesta quarta-feira (8) depois que o pior terremoto em mais de um século na ilha desligou a maior usina de energia, derrubou casas e matou ao menos uma pessoa.
As escolas de Porto Rico foram fechadas e todos os servidores públicos ficaram em casa, com exceção dos policiais e dos funcionários da saúde, enquanto engenheiros analisavam a segurança dos edifícios após o sismo de magnitude 6,4 que ocorreu ontem (7) e dos fortes tremores secundários.
Alguns moradores do sul da ilha, que foi afetado duramente, levaram as camas para o lado de fora esta noite e dormiram a céu aberto, temendo que suas casas desmoronassem se outro terremoto ocorresse após uma semana de tremores, disse a governadora Wanda Vázquez aos repórteres.
Quase toda a ilha de mais de 3 milhões de habitantes ficou sem luz e só 100 mil consumidores tinham energia no final desta noite, de acordo com a agência elétrica AEE.
A agência se apressou em religar as usinas de energia, que se desligaram automaticamente por segurança durante o sismo. A grande usina de Costa Sur sofreu "danos sérios" e foi desativada, disse Vázquez depois de declarar estado de emergência.
A eletricidade deve voltar à maior parte da ilha dentro de 24 a 48 horas, contanto que não aconteçam mais terremotos, explicou.
"Toda Porto Rico viu a devastação deste terremoto", disse Vázquez, que tomou posse em agosto depois que Ricardo Rossello renunciou devido aos grandes protestos de rua contra seu governo.
Leia também
Cerca de 750 pessoas passaram a noite em abrigos nas cidades do sul mais abaladas pelo terremoto, relatou o governo. Imagens de televisão mostraram casas derrubadas e prédios de apartamentos com rachaduras profundas nas fachadas em comunidades como Guánica e Ponce.
Água engarrafada, pilhas e lanternas ficaram escassas nos supermercados da capital San Juan, e longas filas se formaram diante dos postos de combustível. Geradores mantiveram o aeroporto internacional da cidade funcionando.
Porto Rico está acostumado a lidar com furacões, mas terremotos fortes são raros na ilha. O território ainda se recupera dos furacões Irma e Maria de 2017, que mataram cerca de 3 mil pessoas e destruíram parte considerável da infraestrutura do território.