Atropelamento na Cisjordânia deixa 3 soldados israelenses feridos
Israel prende 16 palestinos por violar a ordem em Jerusalém
Internacional|Do R7
Uma tentativa de atropelamento nesta quarta-feira (5) perto da colônia de Gush Etzion, na Cisjordânia ocupada, deixou três soldados israelenses feridos, um deles gravemente, no que pode ser o terceiro ataque deste tipo em duas semanas.
Segundo um comunicado do Exército, um veículo de transporte que tinha placa palestina tentou intencionalmente atingir os três soldados israelenses na estrada 60 antes de fugir. O exército levantou postos de controle e iniciou uma operação à procura do suspeito na zona de Gush Etzion, um bloco de colônias situado entre as localidades palestinas de Belém e Hebron.
A polícia de Israel prendeu nas últimas horas 16 palestinos por violar a ordem em vários bairros árabes em Jerusalém, em episódios ocorridos após o ataque realizado ontem por um palestino, que deixou um morto e 13 feridos. Ao todo, 188 palestinos já foram detidos pelas forças de segurança nas últimas duas semanas em Jerusalém, informou nesta quinta-feira (6) à Agência Efe o porta-voz da polícia israelense, Miki Rosenfeld.
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Os últimos enfrentamentos eclodiram ontem à noite nos bairros árabes de Jerusalém entre grupos de palestinos e policiais israelenses, que entraram no local para realizar batidas e detenções. A troca de tiros, foguetes, bombas de efeito moral e outros artefatos foram especialmente intensos em Silwan, Shuafat, Wadi Joz, Abu Tor e nos arredores da conhecida Portão dos Leões.
Neste local foi enterrado o suicida palestino que ontem matou a um capitão da polícia de fronteira israelense e deixou 13 pessoas feridas ao atropelá-los em uma avenida que separa Jerusalém Oriental de Jerusalém Ocidental. Testemunhas disseram à agência Efe o autor do atropelamento, de 47 anos e morador do campo de refugiados de Suafat (em Jerusalém Oriental), atropelou outras 10 pessoas antes de ser morto a tiros pela polícia israelense.
Em um ataque semelhante, duas pessoas — uma bebê judia de três meses e uma cidadã equatoriana que pretendia se converter ao judaísmo — morreram no último dia 22 atropeladas por um suicida palestino que atropelou os viajantes que esperavam em uma estação do bonde próxima a do incidente de hoje.
A ação foi aplaudida pelo movimento islamita Hamas e por outras facções palestinas.
Os bairros árabes de Jerusalém são testemunhas de uma crescente tensão desde junho, quando ultranacionalistas judeus queimaram vivo um adolescente palestino para vingar o assassinato três semanas antes de três estudantes israelenses por ex-membros do Hamas na Cisjordânia ocupada.
Desde então, os ataques com pedras ao bonde se repetiram, assim como os de colonos e os enfrentamentos entre jovens palestinos e agentes israelenses. Essa tensão disparou depois de um palestino atirar em Yehuda Glick, rabino ultranacionalista, e deixá-lo gravemente ferido.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira (6) que não haverá mudanças no status quo da Esplanada das Mesquitas, conhecida pelos israelenses como Monte do Templo, após os violentos enfrentamentos registrados no local.
Em um comunicado divulgado por seu porta-voz para a imprensa estrangeira, Mark Reguev, o primeiro-ministro afirmou que Israel não tem intenção de modificar o delicado equilíbrio de forças no recinto sagrado tanto para muçulmanos como para judeus.
A Jordânia, que em virtude do acordo de paz com Israel de 1994, administra as atividades religiosas na esplanada, retirou ontem seu embaixador em Israel em protesto contra o que descreveu como "violações" cometidas em Jerusalém e seus lugares santos.
Forças de segurança israelenses entraram na manhã da quarta-feira na Esplanada das Mesquitas e lançaram bombas de efeito moral na Mesquita de al-Aqsa, terceira na hierarquia do islamismo, para reprimir protestos gerados pela visita de ultranacionalistas judeus.
Estas visitas, autorizadas pelo governo israelense, são consideradas uma provocação pelos muçulmanos, e uma mostra de força para reivindicar soberania no local por parte dos setores mais radicais em Israel, com o argumento de que não podem rezar na Esplanada das Mesquitas.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, afirmou nesta manhã em entrevista que políticos de extrema direita estão tentando aquecer os ânimos em Jerusalém.