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Cientistas encontram ‘tampa’ que impede a erupção de supervulcão nos EUA

Metade da camada protetora é formada por bolhas de gases voláteis, segundo o estudo

Internacional|Do R7

Supervulcão já provocou três grandes erupções nos últimos dois milhões de anos
Supervulcão já provocou três grandes erupções nos últimos dois milhões de anos Pat Shanks/USGS

Pesquisadores nos Estados Unidos identificaram com mais precisão a camada superior do reservatório subterrâneo de magma do supervulcão Yellowstone, localizado e, Wyoming, nos EUA. A descoberta se assemelha a uma “tampa” que, ao liberar lentamente gases, ajuda a manter o sistema vulcânico em estado de repouso.

A pesquisa, liderada por geocientistas da Universidade Rice e da Universidade de Utah, mostra que essa camada está localizada entre 3,5 e 4 quilômetros de profundidade, abaixo da parte nordeste da caldeira de Yellowstone, e atua como um mecanismo natural de liberação de pressão. De acordo com os cientistas, o processo é comparável à respiração estável durante o sono: o sistema permanece adormecido, mas ativo.

“A presença de magma sob Yellowstone é conhecida há décadas, mas a profundidade exata e a estrutura do limite superior do reservatório sempre foram um mistério”, afirmou o geocientista Brandon Schmandt, da Universidade Rice. “Descobrimos que esse reservatório está ativo há milhões de anos, mas continua dinâmico.”

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A nova análise foi possível graças a uma técnica desenvolvida por Chenglong Duan, também da Universidade Rice. Utilizando caminhões vibratórios para gerar pequenas ondas sísmicas e centenas de sensores para registrar as reverberações na crosta terrestre, os cientistas criaram imagens da estrutura subterrânea da região.


Com a ajuda do geofísico Jamie Farrell, da Universidade de Utah, os dados foram processados por um algoritmo que mapeou em alta resolução as camadas rochosas abaixo da superfície.

Os resultados apontam que, a cerca de 3,8 quilômetros de profundidade, as ondas sísmicas encontraram uma mudança brusca: elas deixaram de atravessar a rocha com facilidade e passaram a se mover lentamente, como se estivessem sendo absorvidas por uma substância pastosa. Isso indicou a presença de uma mistura de magma e fluido supercrítico, revelando o topo do reservatório.


Segundo os modelos criados pela equipe, cerca de metade dessa “tampa” é formada por bolhas de gases voláteis, como vapor d’água e dióxido de carbono. A estrutura é porosa o suficiente para permitir a liberação gradual desses gases, mas densa o bastante para evitar que a pressão se acumule perigosamente.

Abaixo da tampa, o reservatório contém água em estado supercrítico, que se comporta como líquido e gás ao mesmo tempo, além de magma do tipo riolito, conhecido por seu potencial altamente explosivo.


A existência dessa camada, porém, é uma boa notícia. “Ela funciona como uma válvula natural, liberando gás de forma eficiente por rachaduras e canais entre cristais minerais”, explicou Schmandt.

“Isso é consistente com a intensa atividade hidrotermal da região, como os gêiseres e as fumarolas que expelem gases magmáticos”, completou o geofísico.

Apesar do histórico do supervulcão, que já provocou três grandes erupções nos últimos dois milhões de anos, os pesquisadores reforçam que o risco de uma nova supererupção em curto prazo é muito baixo. O Serviço Geológico dos EUA estima essa probabilidade em 0,00014% ao ano.

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