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Maduro prende generais acusados de tramar "golpe" na Venezuela

Presidente anunciou prisão dos militares diante de chanceleres da Unasul reunidos em Caracas

Internacional|Do R7

Desde meados de fevereiro, 34 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em protestos no país
Desde meados de fevereiro, 34 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em protestos no país

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou na terça-feira (25) a captura de três generais acusados de tramar um "golpe de Estado" após seis semanas de protestos contra seu governo que já deixaram 36 mortos, centenas de feridos e vários líderes opositores presos.

"Na noite de ontem, capturamos três generais da aviação que vínhamos investigando", disse Maduro em uma reunião com chanceleres sul-americanos em Caracas.

Sem identificá-los, disse que esses três generais "pretendiam colocar a Força Aérea contra o governo legitimamente constituído" e estavam ligados à oposição.

— Este grupo capturado tem vínculos diretos com setores da oposição e dizia que esta semana seria decisiva.


Maduro disse que os três militares já foram apresentados a um tribunal militar.

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"Essa informação é tratada em nível presidencial", disse uma fonte da Força Aérea ao ser consultada sobre o nome e a patente dos oficiais.


Fernando Falcón, tenente-coronel da reserva e historiador em assuntos militares, destacou que "esta é a primeira vez que generais são detidos, acusados de golpes de Estado" nos 15 anos de governos chavistas.

Na noite desta terça, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) sentenciou o prefeito de San Cristóbal, Daniel Ceballos, a um ano de prisão e à perda de mandato por não impedir a violência durante os protestos contra o governo.

Ceballos, prefeito do estado de Táchira, foco da onda de protestos que sacode a Venezuela, é o segundo prefeito opositor a ser condenado pelas manifestações, após Enzo Scarano, de San Diego, do estado de Carabobo, no norte do país, que perdeu o mandato e recebeu uma pena de dez meses de prisão.

"Justiça! Não sei os termos da sentença [de Ceballos], mas fui informado de que se fez justiça. O Poder Judiciário conta com todo o apoio do chefe de Estado", disse Maduro ao comentar a notícia.

Scarano e Ceballos estão detidos desde a semana passada em uma unidade militar.

A Venezuela é sacudida desde 4 de fevereiro por manifestações convocadas por estudantes e líderes opositores contra a crise econômica e os altos índices de criminalidade.

O líder opositor Leopoldo Lopez está preso desde o mês passado sob a acusação de incitar protestos violentos para desestabilizar o governo.

A líder opositora venezuelana María Corina Machado disse que teme ser detida em Caracas quando voltar de uma viagem a Lima nesta quarta. Machado teve cassada a sua vaga de deputada por ter se apresentado em uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) como representante do Panamá para tentar expor a situação na Venezuela.

Na semana passada, a maioria chavista na Assembleia Nacional pediu à Procuradoria que investigue Machado por instigar a violência nos protestos contra o governo. Ela impulsionou junto com López a estratégia "saída", que tentava obrigar Maduro a renunciar por meio da pressão de manifestações.

Na terça-feira, o chavismo aprovou no Parlamento uma moção de apoio à destituição de Machado e comunicou que informará aos poderes públicos sobre a decisão, enquanto os legisladores da oposição recorriam ao Tribunal Supremo de Justiça contra a destituição da deputada.

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Maduro diz enfrentar "um golpe de Estado contínuo" de opositores que ele acusa de ter vínculos com países estrangeiros, entre eles Estados Unidos e Colômbia.

Segundo o presidente venezuelano, aqueles que pretendem atentar contra o governo buscam produzir a imagem de um "protesto justo reprimido por um governo ditatorial para justificar golpes de Estado, magnicídio" e, inclusive, "a intervenção de alguma potência" na Venezuela.

Maduro acusa a oposição de planejar golpes contra seu governo, que começou no dia 19 de abril de 2013 após uma disputada eleição na qual derrotou o líder opositor e governador de Miranda, Henrique Capriles, por uma diferença de 1,5% dos votos.

Maduro anunciou a prisão dos militares diante de chanceleres da Unasul reunidos em Caracas para analisar mecanismos que impulsionem um diálogo de paz entre governo e oposição.

O mandatário pede há várias semanas que estudantes e líderes opositores participem "da conferência nacional de paz" realizada com vários setores da sociedade.

Mas estudantes e opositores se negam a participar até que, entre outras coisas, o governo liberte os detidos, entre eles o dirigente da Vontade Popular, Leopoldo López, e os prefeitos de San Cristóbal, Daniel Ceballos, e San Diego, Enzo Scarano, acusados de promover episódios de violência em manifestações.

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