O Ministério Público de Guerrero, um dos estados mais violentos do México, informou que o prefeito da comunidade de San Miguel Totolapan e outras 19 pessoas foram assassinadas na última quarta-feira (6) em um ataque.
O prefeito Conrado Mendoza, do PRD (Partido da Revolução Democrática), estava no palácio municipal quando foi atacado por homens armados a plena luz do dia.
"Segundo informações da Ministério Público, houve 20 vítimas, incluindo o prefeito do município e seu pai", que também foi prefeito de San Miguel Totolapan, declarou em entrevista coletiva Ricardo Mejía, subsecretário de Segurança Pública.
O secretário-geral da prefeitura de San Miguel Totolapan, Freddy Vázquez, disse à imprensa que um grupo armado entrou atirando no palácio municipal e que o prefeito foi morto enquanto estava em uma reunião de trabalho "em uma casa", também invadida.
"Uma operação teve início para localizar e deter os responsáveis pelo ataque armado", informou em um comunicado a Coordenação para a Construção da Paz, organismo com a presença de autoridades estaduais e federais.
O PRD condenou o "assassinato covarde" do prefeito. "Exigimos justiça, basta de impunidade", afirma a mensagem do partido.
A governadora de Guerrero, Evelyn Salgado, do partido Morena (Movimento Regeneração Nacional), também condenou o ataque e prometeu uma investigação rápida.
"Não haverá impunidade diante da agressão contra o prefeito", afirmou.
De acordo com um balanço da consultoria Etellekt, com a morte de Mendoza o México registra 94 prefeitos assassinados desde o ano 2000.
Os criminosos, segundo a imprensa local, integram o grupo 'Los Tequileros', do estado de Jalisco, aliados do poderoso cartel Jalisco Nova Geração. A fachada do palácio municipal de San Miguel Totolapan ficou com dezenas de marcas de tiros.
O grupo 'Los Tequileros' atuou na região há alguns anos, em particular com sequestros para pedidos de resgate, mas sua influência caiu a partir de 2018, após a morte de um dos líderes em um confronto com a polícia.
Segundo a imprensa, mensagens circularam na comunidade há alguns dias com ameaças de que o grupo retornaria a San Miguel Totolapan.
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Após o ataque, os acessos à localidade, de cerca de 4.300 habitantes foram bloqueadas com caminhões e ônibus.
Há mais de duas décadas, Guerrero, na costa do Pacífico e um dos estados mais pobres do país, é abalado pela violência de grupos rivais que tentam controlar o tráfico de drogas e o cultivo de papoula e maconha.
O México registra mais de 340 mil assassinatos, a maioria atribuídos às organizações criminosas, desde o início de uma polêmica ofensiva militar antidrogas em dezembro de 2006.