Não indiquem Nancy Pelosi ao Prêmio Nobel da Paz; ela não faz a menor questão
Tour pela Ásia da presidente da Câmara dos EUA agrava problemas internacionais e não traz nenhum benefício a um planeta em crise
Internacional|Marco Antonio Araujo, do R7
Nancy Pelosi não para. A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos está ocupada em tornar o mundo um lugar mais perigoso. Uma das últimas da líder democrata de 82 anos foi se dirigir à fronteira da Coreia do Sul com a Coreia do Norte para disparar bravatas e impropérios contra a ditadura comunista. Isso, quatro anos depois de Donald Trump ter ido ao mesmo lugar para apertar a mão de Kim Jong-un e deixar o planeta, à época, com um enorme problema a menos.
Dona Pelosi, na quarta-feira (3), já havia acabado de causar uma grave tensão diplomática com a China, para desespero do presidente e colega de partido Joe Biden. A visita oficial de uma alta autoridade americana a Taiwan (única nos últimos 25 anos) foi vista com perplexidade por analistas e observadores internacionais. A clara provocação ao governo chinês — que considera a ilha rebelde como parte de seu território — pôs o mundo em alerta.
Em retaliação, Pequim anunciou, nesta sexta-feira (5), o cancelamento de qualquer cooperação com os EUA em uma série de assuntos estratégicos, de medidas para combater as mudanças climáticas a qualquer acordo militar entre as duas nações. Um belo estrago, em um cenário já conflituoso e preocupante.
É desconhecido qualquer benefício decorrente do tour asiático de Dona Nancy, seja para a causa da independência de Taiwan ou a desnuclearização da Coreia do Norte. Os adjetivos que cercaram o nome da parlamentar democrata nesta semana são pouco elogiosos: irresponsável, arrogante, temerária, beligerante, desastrosa. E inútil.
O que move Dona Pelosi, não sabemos, tamanho seu isolamento nessas últimas empreitadas. Com o planeta a enfrentar uma inflação global, em meio à guerra na Ucrânia e às sequelas econômicas da pandemia, causa espanto ver uma política de tão alta patente passear pelo mundo propagando a discórdia, corroendo alicerces diplomáticos e apostando cada vez mais em um iminente conflito de escala internacional.