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Obama fala em 'tempos incertos' em celebração aos 100 anos de Mandela

O ex-presidente dos Estados Unidos, mais uma vez aproveitou a oportunidade para criticar, mesmo que de leve, seu sucessor, Donald Trump

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

Obama falou sobre as notícias falsas
Obama falou sobre as notícias falsas

Discursando durante as celebrações do centenário de Nelson Mandela na África do Sul, Barack Obama falou sobre o caos do mundo atual e enfatizou que vivemos em "tempos estranhos e incertos". A fala foi entendida como uma alusão ao encontro e à coletiva de imprensa na qual o atual presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizados na última segunda-feira (16), em Helsinque.

Obama falou para cerca de 15 mil pessoas, no Wanderers Cricket Stadium, em Joanesburgo, como parte da programação em homenagem ao líder da luta anti-apartheid e ex-presidente da África do Sul. Os 100 anos de Mandela serão comemorados na próxima quarta-feira (18).

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Apesar de não citar o nome de Trump, as críticas às posturas de seu sucessor ficaram evidente. O ex-presidente ressaltou que os "tempos estranhos e incertos em que estamos" são alimentados pelos "ciclos de notícias de cada dia trazendo mais e mais manchetes perturbadoras".

Também de forma indireta, sem usar as palavras "fake news", Obama abordou a questão das notícias falsas e das críticas ao trabalho da imprensa, tão alardeadas por Trump.


"Vocês têm que acreditar nos fatos", disse, levando à plateia às gargalhadas. "Sem os fatos, não há base para a cooperação. Se eu digo que isso [o lugar onde estou] é púlpito e vocês me dizem que isso é um elefante, vai ser difícil para que nós cooperemos".

A questão racial


Obama aproveitou ainda que o evento homenageava Mandela para falar sobre as questões raciais, que o acompanharam durante todo seu mandato.

Ele destacou que, apesar dos avanços nas relações raciais e nos direitos humanos, "é um fato claro que a discriminação racial ainda existe nos Estados Unidos e na África do Sul", completou.


A viúva de Mandela, Graça Machel, fez seu discurso homenageando tanto Obama quanto o marido falecido.

"Como o primeiro presidente negro dos EUA, Barack Obama está sobre os ombros dos gigantes. Ele foi influenciado por gerações de grandes nomes que vieram antes dele", disse ela.

Antes de viajar para a África do Sul, Obama tinha passado pelo Quênia, para visitar o povoado de Kogelo, onde sua família paterna ainda vive.

Mandela, que é homenageado esta semana, foi o líder sul-africano que conduziu a luta contra o Apartheid, a separação racial legal que existiu na África do Sul por 46 anos. Ele também foi o primeiro presidente negro do país. Mandela morreu em 2013, aos 95 anos, vítima de uma pneumonia.

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