Pedro Pablo Kuczynski, presidente do Peru, apresentou seu pedido de renúncia ao Congresso peruano nesta quarta-feira (21).
O pedido ocorre na véspera da votação de um segundo pedido de impeachment contra Kuczynski.
As informações são da Reuters.
O anúncio foi feito poucas horas depois de o partido de oposição Força Popular apresentar um vídeo em que parlamentares da própria oposição listam uma série de propostas recebidas do governo em troca de votos contra a abertura do processo de impeachment.
Esta seria a segunda vez que o Congresso apreciaria um pedido de afastamento de Kuczynski em função de denúncias envolvendo ligações do presidente peruano com a construtora brasileira Odebrecht.
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Estas ligações foram reveladas como um desdobramento internacional das investigações da Operação Lava-Jato.
Kuczynski, um ex-banqueiro de Wall Street de 79 anos, planeja anunciar sua decisão em uma mensagem à nação ainda nesta quarta-feira.
Compra de votos
Nas gravações apresentadas pelo Força Popular, três parlamentares que recentemente romperam o partido de oposição são ouvidos tentando persuadir seus ex-colegas a votar a favor de Kuczynski.
Kenji Fujimori, Bienvenido Ramírez e Guillermo Bocángel já haviam ajudado a derrotar um movimento de impeachment do presidente peruano em dezembro.
Nos vídeos, gravado pelo também parlamentar Moisés Mamani, eles descrevem como o apoio a Kuczynski abrirá as portas para projetos de obras públicas para suas regiões.
Fujimori é ouvido dizendo a Mamani que não se preocupe com os promotores públicos porque o governo estará do seu lado. Kenji é filho de Alberto Fujimori, ex-presidente peruano preso após deixar o cargo, e irmão de Keiko Fujimori, derrotada por Kuczynski na última eleição.
Em dezembro, o pedido de impeachment contou com os votos do grupo de dissidentes da Força Popular — conhecidos no Peru como Avengers (Vingadores). Três dias depois, Kuczynski perdoou o pai de Fujimori, condenado por diversos crimes, desde a atividade de esquadrões da morte, passando por sequestros, roubo de provas e corrupção.