Troca de corpos marca parte de acordo entre Israel e grupo terrorista Hamas
Acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista do Hamas prevê troca de corpos e plano de reconstrução para Gaza
Internacional|Do R7

O acordo de cessar-fogo negociado entre Israel e o grupo terrorista do Hamas, com a mediação de Catar, Egito e Estados Unidos, define três fases para tentar mitigar os impactos de um conflito que se arrasta há mais de 15 meses, deixando milhares de mortos e milhões de deslocados. A terceira fase, considerada a mais sensível, envolve a troca de corpos e restos mortais, um gesto com forte simbolismo humanitário.
Na etapa final, o grupo extremista Hamas se compromete a devolver os corpos dos reféns israelenses que morreram durante o conflito. Em contrapartida, Israel e a comunidade internacional assumem a responsabilidade por um plano de reconstrução da Faixa de Gaza, a ser implementado ao longo de três a cinco anos, com supervisão de entidades internacionais.
Essa fase não se limita ao reconhecimento do luto, mas busca encerrar um ciclo de violência ao devolver dignidade às vítimas e a seus familiares. O plano de reconstrução visa restabelecer a infraestrutura da região, devastada desde outubro de 2023, quando a violência se intensificou. Gaza, que já enfrenta sérias dificuldades em acesso a água, energia e cuidados médicos, precisa de um esforço internacional para garantir condições mínimas de vida à população.
Embora o acordo busque estabilizar a área, questões políticas ainda permanecem sem solução. Israel rejeita qualquer participação do Hamas na administração de Gaza, enquanto a Autoridade Palestina busca reafirmar sua autoridade sobre a região, com apoio dos Estados Unidos.
Mediadores internacionais acompanharão de perto a implementação do acordo, garantindo que ambas as partes cumpram seus compromissos. Embora o acordo não resolva todos os conflitos políticos, a troca de corpos e restos mortais representa uma tentativa de reconciliação e um passo em direção à redução dos impactos de uma guerra devastadora.
Detalhes do Acordo
Segundo informações da agência de notícias AP, o acordo de cessar-fogo segue três fases principais:
Primeira fase: A libertação gradual de 33 reféns israelenses, incluindo mulheres, crianças, idosos e civis feridos, em troca de centenas de prisioneiros palestinos, principalmente mulheres e crianças. Cinco soldados israelenses também estariam incluídos na troca, com a liberação condicionada à soltura de 50 prisioneiros palestinos, entre eles 30 condenados por crimes terroristas.
Durante essa fase, que deve durar seis semanas, forças israelenses se retirariam das áreas populacionais, os palestinos retornariam ao norte de Gaza e haveria um aumento na ajuda humanitária.
Segunda fase: O Hamas libertaria os reféns restantes, predominantemente soldados, em troca de mais prisioneiros e da “retirada completa” das forças israelenses de Gaza. No entanto, o grupo afirmou que só liberará os reféns após o fim da guerra e a retirada total de Israel da região. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que as forças israelenses não deixarão Gaza até que o Hamas seja derrotado.
Terceira fase: A troca dos corpos dos reféns mortos, acompanhada de um plano de reconstrução para Gaza, a ser implementado sob supervisão internacional. A reconstrução deve ocorrer ao longo de três a cinco anos.
Esse acordo foi elaborado com base em uma estrutura definida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e endossada pelo Conselho de Segurança da ONU.
O Início do conflito
O conflito teve início na madrugada de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas realizou um ataque surpresa contra Israel, matando 1.200 pessoas e sequestrando outras 250. O Hamas afirmou que a operação visava a retomada do território palestino, em meio ao conflito sobre a divisão da região entre judeus e árabes.
Após o ataque, Israel declarou estado de guerra e iniciou uma invasão terrestre e aérea em Gaza. Desde então, mais de 46 mil pessoas morreram, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, e que não divulga o número exato de combatentes entre as vítimas.