Investigações, denúncia e julgamento: próximos passos do caso em que empresário matou gari em BH
O empresário Renê Júnior confessou à polícia ter matado o gari Laudemir Fernandes, em Belo Horizonte; o homem disse que pegou a arma da esposa, que é delegada, sem autorização
Minas Gerais|Túlio Lopes, do R7 Minas
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O Ministério Públicou divulgou os detalhes do processo envolvendo a morte do gari, Laudemir Fernandes, morto pelo empresário Renê Júnior durante uma briga de trânsito em Belo Horizonte. De acordo com o Coordenador Estadual das Promotorias de Justiça do Tribunal do Júri do MPMG, promotor de Justiça Cláudio Barros, o processo inicia com as investigações da Polícia Civil. Ela é responsável por realizar um inquérito policial, presidido por uma autoridade policial, um delegado de polícia e, posteriormente, será apresentado para o Ministério Público.
Ministério Público
Segunda Cláudio Barros, o MP é o titular da ação penal, que é a denúncia que será apresentada à Justiça. O Ministério Público é o responsável por avaliar os elementos de prova, para, a partir de então, verificar se existem elementos suficientes para propor a denúncia. Na ocasião, há a possibilidade de pedir diligências complementares.
Justiça
Havendo elementos suficientes, é “oferecida a denúncia e o réu é citado”. Depois de recebido a denúncia, inicia-se o que se chama de instrução, em que são recolhidos depoimentos tanto do lado da vítima quanto do suspeito.
De acordo com o promotor de Justiça Cláudio Barros, a morte da gari é um crime doloso contra a vida, em que o suspeito teve a intenção de matar a vítima. Nesse tipo de crime, é o Tribunal do Júri ou o que é chamado popularmente de “Júri Popular” que faz o julgamento do caso.
Júri Popular
No chamado “Júri Popular”, sete pessoas - o chamado “Conselho de Sentença” se reúnem para decidir se o réu é culpado ou inocente. Segundo Cláudio Barros, eles decidirão “em que termos, em que montante e em que condições” Renê Júnior será culpado.
Morte
Segundo testemunhas, o motivo dos disparos seria uma briga de trânsito. Vizinhos contaram que escutaram o disparo, mas não presenciaram a cena. De acordo com alguns relatos, repassados pela PM (Polícia Militar), a equipe de limpeza urbana recolhia o lixo no local e o caminhão de coleta estava na rua. O suspeito teria pedido a motorista do caminhão para encostar o veículo porque ele precisava passar.
Durante uma discussão, o homem ameaçou dar um tiro na mulher, momento em que os garis intervieram e pediram que ele se acalmasse. No meio da confusão, um deles foi atingido por um tiro. Policiais militares percorrem a região em busca de imagens de câmera de segurança. A perícia da Polícia Civil também foi ao local.
Prisão
A polícia prendeu o suspeito de atirar e matar um gari, no bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte. Um cerco foi montado pelas Polícias Civil e Militar após a identificação dele. O homem foi detido em uma academia na avenida Raja Gabaglia, também na região Oeste da capital.
Suspeito
O homem, marido de uma delegada da Polícia Civil de Minas Gerais e sócio-administrador de três empresas mineiras, é suspeito de assassinar um gari com um tiro na costela durante uma briga de trânsito no bairro Vista Alegre, na região Oeste da capital mineira. O disparo que matou a vítima teria sido feito usando a arma da esposa, que estava dentro do carro da delegada no momento do crime.
Confissão do crime
Pela primeira vez desde que foi preso, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, confessou ter assassinado o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos. A revelação foi feita durante depoimento prestado na tarde dessa segunda-feira (18).
Segundo a apuração exclusiva da RECORD MINAS, o depoimento de Nogueira Júnior é recheado de contradições. O único suspeito do crime só resolveu confessar diante de todas as provas contra ele. O empresário viu o laudo balístico, que comprova que o tiro saiu da arma que ele transportava dentro do carro, as imagens o colocaram na cena do crime e as informações passadas por testemunhas, que o reconheceram como o assassino do gari Laudemir.
Durante depoimento, Renê da Silva Nogueira Júnior deu a versão dele sobre o que aconteceu. Segundo fontes ligadas à investigação, o homem disse que estava indo de casa para o trabalho, trajeto que a polícia já confirmou. Para fugir do trânsito, o GPS indicou uma passagem pelo bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte, onde aconteceu o crime.
Renê alegou que era novo no emprego e ainda não conhecia bem o caminho da empresa em Betim, na região metropolitana. Ele Disse que, por isso, resolveu sair de casa armado, para garantir a própria segurança. A arma pertence à esposa dele, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira.
O empresário declarou que a intenção era atirar para o alto, mas que acabou apontando a arma pra frente para tentar intimidar o grupo. Segundo o que Renê contou à polícia, o disparo teria sido acidental e atingiu exatamente o gari que não estava discutindo com ele, Laudemir.
O homem disse, ainda, que a equipe da limpeza urbana saiu correndo e ele não teria visto naquele momento que o tiro atingiu um trabalhador. A história é bem diferente do que contaram as testemunhas desse assassinato.
Testemunhas
Thiago Rodrigues, amigo da vítima e testemunha do momento do crime, contesta a versão do suspeito sobre o ocorrido. Durante depoimento, Renê da Silva Nogueira Júnior confessou o crime, mas afirmou que tinha a intenção de atirar para o alto e que os garis haviam o agredido. “Ele já apontou a arma para a nossa direção. Eu só ouvi ele falar, ‘vocês estão duvidando de mim?’. Aí apontou a arma. Quem escutar falar que nós ameaçamos, é tudo mentira. Mas, ele pode contar o que ele quiser, ele pode contar a mentira que ele quiser, né?”, contou Thiago.
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