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Insultos e humilhações: 3 em 10 brasileiras foram vítimas de violência no último ano, maior índice desde 2017

Em Minas Gerais, uma oficial de Justiça foi agredida enquanto trabalhava e uma biomédica foi morta pelo ex-companheiro

Minas Gerais|Lucas Eugênio, da RECORD MINAS

Oficial de justiça foi agredida e biomédica morta pelo ex-companheiro em MG
Oficial de justiça foi agredida e biomédica morta pelo ex-companheiro em MG Reprodução/Record Minas

Dados de uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que 37,5% das brasileiras sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses. Em Minas Gerais, em um intervalo de dois dias, uma oficial de justiça foi agredida por um policial militar durante o trabalho e uma biomédica foi morta pelo ex-marido que não se conformava com o fim do relacionamento. As vítimas eram amigas.

Segundo o levantamento, o número registrado representa o maior volume de casos de violência desde 2017, ano do lançamento da série histórica. Entre os agressores mais recorrentes estão maridos e ex-companheiros.

O estudo também detalha os tipos de violência mais comuns. De acordo com os dados, 31,4% dos ataques foram insultos, xingamentos ou humilhações. Enquanto 16,1% das vítimas foram agredidas fisicamente. A pesquisa revela também que a maioria dos casos de violência foram testemunhados por outras pessoas. Segundo o levantamento, 47% foram acompanhados por parentes ou amigos, enquanto 27% pelos filhos.

Os casos mencionados validam os dados do estudo. A agressão da oficial de justiça foi testemunhada pelo enteado do suspeito, alvo do mandado judicial, e a morte da biomédica por uma paciente, que era atendida no momento do crime.


De acordo com a promotora Marianna Michieletto, o Ministério Público trabalha para que não haja subnotificação desses casos. “Nosso esforço é para que essas mulheres falem, para que nós possamos agir, responsabilizá-los e buscar, ao máximo, protegê-las. As mulheres podem denunciar por telefone, no 190, 181 ou no disque 100, em casos de violência sexual. Podem procurar diretamente a Polícia Civil, a Polícia Militar ou o Ministério Público. Todas as instituições estão de portas abertas para atendê-las”, alerta.

Relembre os casos

No sábado (08), Dia Internacional da Mulher, uma oficial de Justiça foi agredida por um policial militar em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. Maria Sueli Sobrinho contou que foi até a casa do policial para entregar uma intimação quando foi agredida. O militar estava chegando em casa no momento, de carro e acompanhado de um jovem.


“Eu perguntei se ele era a pessoa que constava na intimação. Ele disse que sim. Pouco depois ele virou para o jovem de falou: ‘pode assinar’. Eu perguntei se a pessoa era o menino, ele confirmou que sim. Dei o documento para ele assinar e falei:’ o senhor não pode falar que é outra pessoa não, viu? pode dar problema. Foi aí que ele ficou agressivo”, conta Sobrinho.

Maria diz que o militar passou a discutir com ela, mais exaltado, por conta da correção. A oficial afirma que ele chegou a intimidá-la, quando ela anunciou que chamaria uma viatura policial. Momentos depois o militar teria dado um soco no rosto da mulher e fugido do local. Ele foi preso.


A PM (Polícia Militar) informou que a Corregedoria vai acompanhar o caso e que o agente estava fora do horário de serviço. O TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) repudiou o ato.

Na segunda-feira (10), uma biomédica, de 33 anos, foi assassinada com golpes de faca, dentro da clínica onde trabalhava, em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. O ex-marido da vítima é suspeito de ter cometido o crime. Miquéias Nunes de Oliveira, conhecida como Kéia Oliveira, foi atacada durante o expediente. Segundo testemunhas, o homem foi até o local alegando que queria conversar com a ex-companheira para reatar o relacionamento.

Testemunhas revelaram que o autor do ataque tentou tirar a própria vida após o crime e sobreviveu. Ele foi levado para um hospital da região, onde está internado com escolta policial. O caso segue em investigação.

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