Cerca de 30 famílias das comunidades de Antônio Pereira e Vila Antônio Pereira, em Ouro Preto, a cerca de 100 km de Belo Horizonte, serão removidas de suas casas. Elas vivem na ZAS (Zona de Autossalvamento) da barragem Doutor, mina de Timbopeba, da mineradora Vale.
De acordo com a Defesa Civil estadual, o órgão mantém conversas com a Vale para estabelecer como o processo será realizado. Em agosto do ano passado, a mineradora decidiu ampliar a área da ZAS e chegou à conclusão de que mais famílias seriam atingidas, caso todo o rejeito da barragem do Doutor vazasse em um eventual rompimento.
Segundo a mineradora, não houve alteração nas condições de segurança da barragem e que a remoção é uma medida preveniva. A estrutura está em nível 2 de emergência e é monitorada pela empresa.
As famílias serão realocadas em um processo coordenado pela Defesa Civil e com apoio da Vale. A mineradora garante que elas receberão assistência e terão participação ativa na escolha de suas moradias. As pessoas que tiverem ainmais domésticos e de produção, e que não puderem ser levados por seus tutores, de imediato, serão acolhidos temporariamente em instalações de fauna, sob os cuidados de profissionais e especialistas.
Por meio de nota, a Vale disse que suas barragens são monitoradas permanentemente por meio de equipamentos como radares, estações robóticas, câmeras com vídeo e inteligência artificial e por instrumentos, além de inspeções em campo.
Segunda vez
Essa não é a primeira vez em que moradores vizinhos à barragem de Doutor são forçados a deixarem suas casas. Em abril de 2020, mais de 200 pessoas tiveram que deixar as comunidades onde viviam uma semana depois de a Vale elevar de 1 para 2 o nível de emergência da estrutura.