'Se eu quisesse ser presidente, teria sido no lugar do Temer', afirma Maia
Presidente da Câmara dos Deputados garantiu que não tem intenção de chegar à Presidência por vias indiretas
Política|Do R7
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse neste sábado (5) que, se quisesse ser presidente por vias indiretas, teria sido no lugar do ex-presidente Michel Temer. A fala foi dita no contexto em que Maia negava que era uma espécie de primeiro-ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro. O democrata lembrou ainda que o mandatário não gosta dessa metáfora.
"Se eu quisesse ter sido presidente da República, teria sido no lugar do Michel", afirmou Maia, durante o Festival Piauí de Jornalismo, que acontece neste final de semana.
Em seguida, presidente da Câmara afirmou que não tem intenção de chegar à Presidência pela via indireta, sugerindo que não descarta disputar o cargo em uma eleição. A fala do deputado se refere ao período de crise do governo Michel Temer.
Afinal, Bolsonaro está perdendo liderança do governo para Congresso?
Em 2017, o emedebista — que tinha ascendido da vice-Presidência à Presidência — foi denunciado por corrupção duas vezes pelo então procurador da República, Rodrigo Janot, e quase caiu do cargo. Na ocasião, Maia, que já era presidente da Câmara, era o sucessor, mas não articulou pela queda de Temer.
Temer derrotou Janot na Câmara, nas votações que iriam determinar se ele poderia ser investigado durante sua presidência. O emedebista se manteve no cargo até o fim do mandato, quando passou a faixa a Bolsonaro.
Hulk e Doria
Durante o painel deste sábado, Maia disse que não faz questão de integrar uma chapa presidencial mas que quer contribuir para a formação de um governo de Centro.
Maia confirmou que esteve, na noite de sexta, em um jantar com Luciano Huck e que o tema da conversa foi política e a formação de uma coalizão de Centro, mas disse que o apresentador só decidirá mais adiante se irá disputar a Presidência.
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Em entrevista coletiva após sua fala, o deputado, perguntado se poderia se aliar ao governador paulista João Doria (PSDB), disse que há todas as condições de reeditar a conhecida aliança entre democratas e tucanos, mas que ainda é muito cedo para dizer.
Crítica à nova política
Durante o painel, Maia criticou a chamada "nova política", que se opõe à políticos tradicionais de muitos mandatos, como é o caso do deputado.
O deputado citou o presidente americano Donald Trump e o imbróglio do Brexit no Reino Unido para argumentar que proponentes da nova política implodem modelos antigos de se governar, mas não conseguem formular nada para colocar no lugar, deixando países à deriva.